BIÉ BARBOSA, jornalista e publicitário (UFMG), nascido em Pará de Minas em 22/11/53, é casado com Maíza Lage com quem tem 4 filhos. SEU LEMA: “O SENHOR É MEU PASTOR, NADA ME FALTARÁ”! |
VEJA NA EDIÇÃO 1849: NAS BANCAS DE 15/01 A 21/01. DEPOIS, SÓ NA GAZETA. Veja também a crônica deste mesmo colunista da edição 1848 abaixo:
RANCOR FAZ MAL MAIOR PARA QUEM O PRATICA OU PARA QUEM O RECEBE?
Quando propagam que cada pessoa é um ser único no universo inteiro, não se trata de mera especulação, pois trata-se da mais pura verdade. Não há no mundo um único ser igual ao outro. E olha que quando dizem isso estão se referindo à aparência física. Imagina, então, se se referisse ao gênio e às variadas reações que todos temos, diante de algum fato qualquer. Durante uma animada roda de samba, o homem de bela barba branca falou para os amigos reunidos em uma mesa regada à cerveja, cachaça, feijão tropeiro, torresmo gordo e caipirinha:
- O fulano é o capeta! Prefiro enfrentar um bandido armado com um revólver 38, com balas até na boca do que enfrentar aquela jararaca do papo amarelo.
O amigo de camiseta regata estranhou:
- Uai, vocês sempre foram tão amigos. O que aconteceu?
- Verdade! Sempre andamos juntos pra lá e pra cá, até que um dia eu e ele batemos boca, por causa de política e as questionáveis pesquisas eleitorais. Só podia ser, né? Ele estava falando sobre as qualidades do candidato dele e eu as, do meu. Ele falando que as pesquisas não erram e eu dizendo que nos Estados Unidos elas erraram feio. Coisa normal, só que a gente tinha bebido um pouco a mais e os ânimos se alteraram, tanto o meu, como o, dele. Foi pesado, eu sei! Mas eu pensei que, mais dia, menos dia, ele me ligaria, pedindo desculpas, e eu também pediria e tudo voltaria ao normal. Afinal, amigo de verdade é igualzinho à família, não é mesmo. A gente fala tudo, põe os cachorros pra fora, mas, depois, tudo volta ao normal...
O homem de short azul escuro, quase que totalmente encoberto pela avolumada barriga, curioso demais, perguntou:
- Conta logo o que aconteceu depois entre a cascavel e a jararaca do papo amarelo! (risos).
O homem de barba branca explicou:
- Depois desse incidente, a gente ficou algumas semanas sem se encontrar por falta de oportunidade mesmo. Aí, um dia a gente se encontrou, por acaso, em um restaurante ao ar livre. Quando a minha mulher o avistou com a família me puxou para irmos até onde ele estava. Ao chegarmos lá, houve os abraços e beijinhos de sempre - até chegar a hora dele e eu nos cumprimentarmos. Fui, de coração aberto, para abraçá-lo, mas eles se afastou e me estendeu, friamente, a mão, com a cara mais amarrada do mundo. Dá pra vocês imaginarem a dor que ele provocou no meu peito?
E você, também tem dificuldade de perdoar alguém, após algum desentendimento, ainda que sério? Uma boa leitura!