GENTE PENSANTE
BIÉ BARBOSA, jornalista e publicitário (UFMG), nascido em Pará de Minas em 22/11/53, é casado com Maíza Lage com quem tem 4 filhos. SEU LEMA: “O SENHOR É MEU PASTOR, NADA ME FALTARÁ”! |
VEJA NA EDIÇÃO 1852: NAS BANCAS DE 05/02 A 11/02.
DEPOIS, SÓ NA GAZETA. Veja
também a crônica deste mesmo colunista da
edição 1851 abaixo:
HÁ UM TEMPO EM QUE ATÉ A FÉ É QUESTIONADA. MAS PASSA...
Manhãzinha, com o sol já morno, algumas galinhas continuavam presas no grande galinheiro é só sairiam dali, depois de botarem os seus ovos. Outras, porém, já estavam soltas, ciscando tudo que encontravam pela frente, no belo sítio. Um pouco mais cedo, os dedos indicadores dos filhos do casal de caseiros tinham apalpado todas aquelas galinhas, para saber qual delas seriam selecionadas para ficar presas no galinheiro, até colocar pra fora os seus ovos. As outras, sem ovos percebidos pela apalpação daqueles agéis dedos juvenis, foram soltas. A regra ali era essa: nada de sair botando escondido pelo mato, onde se aninhavam. Sem tomar conhecimento dessa regra fazendária, um homem muito religioso e um, ateu conversavam, caminhando sobre o verdíssimo gramado, ocasionado pelas muitas pancadas das chuvas de verão. O religioso questionava o ateu: - Você, sendo filho de pais católicos, já deve ter frequentado missas... - Claro, frequentei sim, mas um dia, quando percebi que era adulto o suficiente, para enfrentar as duras regras dos meus pais, parei de ir. O religioso questionou: - Mas por quê? - Porque eu não aguentava mais ouvir alguns padres falando de Deus, como se fossem o Próprio... - Não passa em sua cabeça voltar um dia? A religião é importante demais na vida de toda e qualquer pessoa! Se não fosse assim, não existiria há mais de 2053 anos. O ateu ficou em silêncio, por um tempo, antes de responder: - Sinceramente? Não sei... - Veja bem, pensei melhor sobre a pergunta que acabei de lhe fazer e vou fazê-la novamente, mas de outra forma. Como você acha que deveria ser a igreja católica, para que você voltasse a frequentá-la? O ateu ficou pensativo, enquanto observava os seus pés pisando, suavemente, o tapete verdíssimo daquele gramado. 10 passos foram suficientes para ele concluir e falar decidido: - Acho que eu voltaria para a igreja se os representantes de Deus, pecadores e humanos como nós, não falassem, nem pregassem mais nada... Seria uma igreja, onde eu só ouviria as belíssimas músicas sacras, que sempre gostei e que sempre tocam o meu coração, me fazendo refletir, pensar em Deus e na minha vida e até chorar... Não preciso mais do que isso! E você, algum dia já colocou em questão a sua própria fé? Uma boa leitura!
O editor GP escreve mais uma crônica: Que força é essa, bem maior que a própria vontade da gente?