Selo GP - Rodrigo Roreli Laço
Fundação: Francisco Gabriel
Bié Barbosa
Alcance, credibilidade e
imparcialidade, desde 84
ANO 40
Nº 2044
05/11/2024


GENTE PENSANTE 


Bié Barbosa

Bié Barbosa



GENTE PENSANTE  BIÉ BARBOSA, jornalista e publicitário (UFMG), nascido em Pará de Minas em 22/11/53, é casado com Maíza Lage com quem tem 4 filhos. SEU LEMA: “O SENHOR É MEU PASTOR, NADA ME FALTARÁ”!


VEJA NA EDIÇÃO 1860: NAS BANCAS DE 02/04 A 08/04. DEPOIS, SÓ NA GAZETA. Veja também a crônica deste mesmo colunista da edição 1859 abaixo:

EXISTEM OUTROS MOTIVOS, ALÉM DOS JÁ CONHECIDOS, PARA SE USAR MÁSCARA?

Jovens recém-saídos da espinhenta adolescência reuniram-se no novo bar, para falar de abobrinhas, dos outros e rir muito, como sempre. Nunca vi tanto riso sobre a vida alheia. São casos verídicos da cidade, mas eles colocam pimenta brava sobre os casos, porque a vida não é a deles. Dessa vez, porém, eles estavam rindo era apenas das máscaras que as pessoas que estavam chegando naquela praça de alimentação usavam. Mesa sim, mesa não, os entrantes iam sentando-se e retirando os variados tipos de máscaras de tecido... O maquiador, que na verdade era o mais linguarudo da turma, para quem fazia criativos deboches relâmpagos, abaixou o pescoço sobre a mesa, ao soltar essa, depois que todos também inclinaram seus corpos, para ouví-lo. Disse com voz baixinha:

- Finjam que estão olhando para a esquerda e, depois, um a um, vão olhando para a perua rosê, que acaba de entrar, à direita. Jesuuus! Blusa, calça, cinto, sapatos, bolsa e até chapéu - acreditem!!! - e máscara, tudo cor de rosa. Totalmente over!!! 

Evidentemente, o um a um dele não funcionou e todos, fofoqueiros de carteirinhas, olharam para a mulher e seu novo e jovem companheiro, de uma vez só, fazendo com que o riso coletivo fosse inevitável. As ruidosas e maldosas gargalhadas chegaram aos ouvidos de todos ali - não eram muitos. Os comentários naquela mesa não pararam. A produtora deu a sua alfinetada:

- Over é pouco demais! Ela é a própria Pantera Cor de Rosa! (risos sem fim).

O cabeleireiro não deixou por menos:

- Eu tenho um tinta pinkíssima lá no salão que cairia como uma luva nas madeixas (cabelo) dela, para completar esse baranguérrimo look. (mais risos).

Divertiram-se tanto, falando horrores daquela empresária, que saiu do nada e cresceu na vida, que nem perceberam que a alvejada chegou, sorrateiramente, na mesa deles. Pediu licença para ler um texto que ela tinha copiado das redes sociais. Passado o susto de todos, que aceitaram, falsamente, o pedido dela, ela leu, pausadamente, olhando nos olhos de um por um:

- A máscara era pra prevenção da covid, mas trouxe consigo alguns propósitos. Ela veio também para baixar o nariz de quem vive com ele empinado; puxar as orelhas de alguns, até entendermos que elas feitas para ouvir; bloquear a boca de todos, até entendermos que é preciso pensar mais e falar menos; esconder o rosto, para aprendermos a sorrir com os olhos; cobrir os lábios, para aprender a amar com o coração. Ela veio, enfim, para nos dizer que ninguém é melhor que ninguém. A vida é um sopro e o uso da máscara, de qualquer modelo e cor, é um ótimo momento para todos nós fazermos uma reflexão!

E você, o que pensa sobre esses fofoqueiros de plantão que existem em todo e qualquer lugar? Uma boa leitura! 



O editor GP escreve mais uma crônica: O perigoso coronavírus e a insensata desobediência dos brasileiros


Mais da Gazeta

Colunistas