BIÉ BARBOSA, jornalista e publicitário (UFMG), nascido em Pará de Minas em 22/11/53, é casado com Maíza Lage com quem tem 4 filhos. SEU LEMA: “O SENHOR É MEU PASTOR, NADA ME FALTARÁ”!

VEJA NA EDIÇÃO 1869: NAS BANCAS DE 04/06 A 10/06. DEPOIS, SÓ NA GAZETA. Veja também a crônica deste mesmo colunista da edição 1868 abaixo: 

SERÁ QUE AS PESSOAS EMPODERADAS VÃO, REALMENTE, MUDAR, DEPOIS QUE TUDO ISSO PASSAR?

O dinâmico casal, ambos empresários sem limites para adquirir coisas e mais coisas, perguntavam aos amigos visitantes, cujos olhos brilhavam, ao ver a modernidade da belíssima mansão deles:

- Tudo que a gente conquista na vida é por puro merecimento, não é mesmo?

Ninguém respondeu, a não ser o médico:

- Vocês estão certos, porque são jovens e patrimônio, como dizia o meu pai, tem de ser conquistado antes dos 40 anos, para, depois, aproveitarmos tudo de bom que a vida tem para nos oferecer!

O farmacêutico fez uma correção:

- É, mas o tempo dos seus pais já se foi, há muito. Hoje em dia, a população está vivendo quase 100 anos (riso). Então, o patrimônio, na atualidade, pode ser formado até aos 60 anos, se não for mais.

De repente, o assunto mudou de rumo, quando o comerciante de sucesso falou:

- Gente, acho que do jeito que as coisas estão indo não vamos fazer mais patrimônio nenhum. Nunca perdi tanto dinheiro como agora, com essas ondas vermelha e roxa.

A psicóloga, tida como atrevida naquele grupo, não deixou por menos:

- Verdade, mas as pessoas estão comprando bem menos e não é apenas porque as lojas estavam fechadas. Reparou que está havendo uma mudança de comportamento, principalmente no high society. Pouca gente está querendo se exibir, mostrar suas mansões, posses, carrões e viagens internacionais, nos dias de hoje. E sabe por quê? Porque a pobreza aumentou demais no Brasil, além de ter muita gente desempregada, passando fome mesmo, como há tempos não se via.

A jovem política gostou do que ouviu e acrescentou:

- Exatamente! Mais do que nunca os olhos e o coração de quem tem mais têm de virar para os que quase nada tem...

O casal anfitrião também concordou, mas o que o homem disse, em seguida, destoou totalmente daquele importante e oportuno assunto social:

- Olha só pra vocês verem... Construímos esta casa há 2 anos e, por causa desse vírus, não tínhamos recebido quase ninguém aqui, até hoje. Vocês são os 1ºs, tirando algumas pessoas das nossas famílias. Aí, eu me pergunto: Que graça tem fazer patrimônio, hoje em dia, se a gente não está tendo nem mais para quem mostrar?

E você, acha que, após o coronavírus, as pessoas empoderadas serão realmente outras? Ou continuarão a ser assim...? Uma boa leitura!

O editor GP escreve mais uma crônica: Como desfazer os nós cegos do passado, que tanto embolam o presente?