BIÉ BARBOSA, jornalista e publicitário (UFMG), nascido em Pará de Minas em 22/11/53, é casado com Maíza Lage com quem tem 4 filhos. SEU LEMA: “O SENHOR É MEU PASTOR, NADA ME FALTARÁ”! |
* VOCÊ ENCONTRA A GAZETA NAS SEGUINTES PADARIAS: BARIRI (São José), CAFÉ COM LEITE (São Luiz) e FRANÇA (rua Direita); * MERCEARIA DONA BENTA (São José) * NAS BANCAS: FELIPE (em frente à EE Governador Valadares); FRANCISCO (em frente ao Santander); LEONARDO (praça das “bolas”) * E POSTO STOP SHOP (avenida Ovídio de Abreu).
Veja também a crônica deste mesmo colunista da edição 1948 abaixo:
O PESO QUE AS PALAVRAS TÊM, SENDO ELAS BOAS OU MÁS
Na escola municipal de periferia, onde a maioria dos alunos são oriundos de famílias negras e de baixa renda, a professora do ensino básico não teve o menor bom senso, durante uma de suas aulas. Naquela manhã, ela falou para os seus alunos que a escola deles receberia uma visita muito importante: de um grande empresário que, além de fazer uma importante doação mensal, para melhorar, ainda mais, a merenda deles, gerava naquela cidade centenas de empregos. Ao citar o nome da empresa, a menina de tranças e fitas coloridas levantou a mão e disse, toda orgulhosa:
- O meu pai, o meu tio e o meu irmão trabalham lá!
Outros alunos fizeram comentários parecidos sobre os empregos de alguns familiares deles. Porém, o garoto que usava óculos de lentes grossas e sentava-se próximo ao quadro negro, bem na 1ª fileira de carteiras, disse algo diferenciado:
- Professora, quando eu crescer quero ser empresário também!
Os alunos riram e foi, nessa exata hora. que a professora fez o seu infeliz comentário. Ela aproximou-se daquele aluno, olhou no fundo de seus olhos e disse, todas estas palavras:
- Fulano, você pode até ter esta sorte na vida, se, antes, não virar presidiário.
Horas depois, o citado empresário chegou à escola, para falar, rapidamente, com aqueles estudantes. Após a sua objetiva fala, o aluno de óculos levantou a mão, novamente, para fazer uma pergunta. Sua professora correu, abaixou a mão dele, de forma não muita delicada, tentando não criar mal-estar ao visitante, mas já era tarde, pois o empresário viu e foi se aproximando do garoto, perguntando-lhe, diretamente:
- O que você gostaria de saber?
O menino, apesar de ainda estar assustado com a intervenção da professora, olhou para ela de relance e perguntou ao empresário:
- É porque eu quero ser um empresário famoso como o senhor, mas a minha professora disse que eu posso ser preso antes...
Comovido, o empresário colocou a mão direita, suavemente, sobre a cabeça daquela criança e disse:
- Sabia que eu fui um menino como você? Sonhava em crescer na vida, mas sabia que aquilo era também um sonho impossível, porque a minha família era muito pobre. Um dia, eu contei isso para a minha avó, que morava na nossa casa, e ela me disse assim: Faça o máximo com aquilo que você tem! A partir daquele dia, sem ter dinheiro para comprar livros, virei piolho da biblioteca municipal, onde passei a devorar todos os livros. Na faculdade da cidade, fiz um curso de computação gratuito, onde aprendi a usar tudo que existe dentro de um computador. E assim fui, até me formar em Ciências da Computação e, depois, fundar a minha própria empresa. Faça o mesmo - não pare de sonhar - e, com certeza, você também será um empresário de sucesso!
E você, acredita na força das palavras ou acha que isso é papo de aranha?
UMA BOA LEITURA!
O editor GP escreve mais uma crônica: QUANDO O NÍVEL CULTURAL AFASTA AS PESSOAS