BIÉ BARBOSA, jornalista e publicitário (UFMG), nascido em Pará de Minas em 22/11/53, é casado com Maíza Lage com quem tem 4 filhos. SEU LEMA: “O SENHOR É MEU PASTOR, NADA ME FALTARÁ”! |
* VOCÊ ENCONTRA A GAZETA NAS SEGUINTES PADARIAS: BARIRI (São José), CAFÉ COM LEITE (São Luiz) e FRANÇA (rua Direita); * MERCEARIA DONA BENTA (São José) * NAS BANCAS: FELIPE (em frente à EE Governador Valadares); FRANCISCO (em frente ao Santander); LEONARDO (praça das “bolas”) * E POSTO STOP SHOP (avenida Ovídio de Abreu).
Veja também a crônica deste mesmo colunista da edição 1964:
HÁ VÁRIAS FORMAS DE DESENVOLVER UMA AMIZADE...
Aquela era uma cena comum, na vida diária do homem desportivo. Ele acordava e, por volta das 7H30 fazia uma caminhada relaxante, em torno de uma hora, que, a seus passos, equivaliam a, aproximadamente, cinco quilômetros. Antes um pouco de entrar no atalho de mata já domesticada, ele sempre passava por um senhorzinho, sentado em frente ao portão da casa dele. Sempre fumando, tendo ao seu lado um cãozinho vira-lata. Ao passar por ele, o homem desportivo dizia:
- Bom dia!
E o senhorzinho respondia, com simpatia:
- Bom dia!
Foram semanas, meses, anos, com essa cena matutina sempre se repetindo. Tornaram-se íntimos, sem nenhum dos dois saber o nome do outro. Um dia, o senhorzinho disse mais que o bom dia. Acrescentou:
- Já observei que você tem um jardim grande em sua casa. Não gostaria de plantar uns bicos de papagaio lá, não? Podei o meu jardim ontem e estou cheio de mudas boas para doar.
O homem desportista questionou?
- Bico de papagaio?
- É, vou pegar uma flor dessa para você ver só que beleza. Ela gosta de sol!
Daí a pouco, o homenzinho voltou com algumas mudas grandes, onde havia, inclusive, uma flor já aberta.
O homem admirou-se:
- Ah, eu a conheço como estrelícia. É uma planta bonita e nobre! Vou querer sim e, na volta da caminhada, passarei aqui para apanhar.
Enquanto o homenzinho dava mais uma baforada em seu cigarro, o homem desportista despediu-se e continuou a fazer a sua caminhada. Na volta, apanhou as graúdas mudas de estrelícia, ouviu as recomendações de como plantar e cuidar delas e partiu para casa. Não perguntou o nome dele, que, por sua vez, também não perguntou o seu. O tempo foi passando e os bons dias entre os dois continuaram, como sempre. Um dia, porém, o homenzinho não estava mais lá e o caminhante estranhou. E assim, dia após dia, eles não se encontraram mais, até que, em torno de um mês depois, o homem desportista resolveu acionar o interfone da casa dele. Pensou até que o homenzinho poderia ter se mudado ou adoecido. Porém, a mulher que atendeu o portão deu a seguinte notícia:
- Ele era meu marido. Morreu, de repente...
Conversaram algo mais e o homem desportista agradeceu, disse que sentia muito e continuou caminhando rumo à sua casa. Chegando lá, foi direto ao jardim e, todo arrepiado, viu que a 1ª estrelícia havia florido...
E você, já tornou-se íntimo de alguém que você, sequer, sabe o nome?
UMA BOA LEITURA!
O editor GP escreve mais uma crônica:QUANDO O PIOR DE CADA UM DE NÓS VEM À TONA