Selo GP - Rodrigo Roreli Laço
Fundação: Francisco Gabriel
Bié Barbosa
Alcance, credibilidade e
imparcialidade, desde 84
ANO 41
Nº 2051
20/12/2024


GENTE PENSANTE
Bié Barbosa

Bié Barbosa


GENTE PENSANTE 
BIÉ BARBOSA, jornalista e publicitário (UFMG), nascido em Pará de Minas em 22/11/53, é casado com Maíza Lage com quem tem 4 filhos. SEU LEMA: “O SENHOR É MEU PASTOR, NADA ME FALTARÁ”!


VOCÊ ENCONTRA A GAZETA NAS SEGUINTES PADARIAS: BARIRI (São José), CAFÉ COM LEITE (São Luiz) e FRANÇA (rua Direita); * MERCEARIA DONA BENTA (São José) * NAS BANCAS: FELIPE (em frente à EE Governador Valadares); FRANCISCO (em frente ao Santander); LEONARDO (praça das “bolas”) * E POSTO STOP SHOP (avenida Ovídio de Abreu).

Veja também a crônica deste mesmo colunista da edição 2038:

COMO DESVENDAR O MISTÉRIO QUE HÁ ENTRE A VIDA E A MORTE?

Velhos amigos, eles se encontraram, depois de um longo tempo sem se ver, na famosa vendinha do distrito, onde o tira-gosto principal é barrigada de porco frita. O atual proprietário do local, Tinho, é bisneto do Juca, fundador daquela venda e que, após a sua morte, ficou para o filho Zeca, também já falecido. Sem garçons, o próprio Tinho é quem atende a todos no balcão e, quando o pedido é o torresmo de barrigada, espreme sobre ele laranja capeta, ali chamada de limão creme. O amigo visitante, que não conhecia essa especialidade da Casa, estalou a língua, ao provar algo tão delicioso. Beberam cerveja nacional, juntamente com pequenas doses de cachaça, enquanto conversavam debaixo de um pé de sucupira. A copa da árvore estava totalmente coberta por pequenas e lindas flores lilases, bem como todo o chão. Coisa linda de se ver! A mesa que eles ocupavam não passava de um carro de boi velho, cujas cadeiras eram pequenos troncos de árvore. O amigo médico disse, então, para o amigo engenheiro:

- A vida é tão simples, mas a gente, na cidade grande, só sabe complicá-la...

- Exatamente isso e, depois que a gente morre, ninguém mais falará de nós,

por mais importante que possamos ter sido, um dia...

O médico voltou a falar:

- A vida é mesmo assim! Observe como os botões de uma roseira são esquecidos, quando viram rosas. E elas, por sua vez, dão lugares aos frutos, que, se a gente não comer, apodrece e cai no chão, dando início a um novo ciclo da vida. Se esse é o objetivo de uma árvore, não tenha dúvida de que o, dos seres humanos é exatamente igual.

O engenheiro fez um contraponto à fria análise do médico:

- Mas tem de existir, para nós, humanos, algo além desse ciclo da natureza. A nossa vida não pode se resumir em apenas nascer, sofrer e, depois, morrer.

O médico avançou ainda mais em seu frio ceticismo:

- Você falou em sofrimento, mas o maior sofrimento vem sabe de onde? Da gente acreditar que algo fulgás como a vida possa ser sólido e permanente...

- Você está parecendo um professor que eu tive, nos meus tempos de faculdade. Ateu até debaixo d´àgua, ele me disse, certa vez, que a morte marca, simplesmente, o fim da autoexibição de uma pessoa. Eu era tão jovem, naquela época, que nem entendi a profundidade do que ele havia me dito. E hoje, mesmo não sendo ateu como ele, não deixo de achar que ele tinha alguma razão...

Disse, então, o médico:

- Vendo a morte tão de perto, todos os dias, como eu vejo, já conclui alguma coisa sobre ela. Percebo, claramente, que a natureza da morte de uma pessoa é, em si, uma revelação sobre a forma de como aquela pessoa viveu...

E você, gosta também de tentar desvendar o mistério que existe entre a vida e a morte?

UMA BOA LEITURA!


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