BIÉ BARBOSA, jornalista e publicitário (UFMG), nascido em Pará de Minas em 22/11/53, é casado com Maíza Lage com quem tem 4 filhos. SEU LEMA: “O SENHOR É MEU PASTOR, NADA ME FALTARÁ”! |
VOCÊ ENCONTRA A GAZETA NAS SEGUINTES PADARIAS: BARIRI (São José), CAFÉ COM LEITE (São Luiz) e FRANÇA (rua Direita); * MERCEARIA DONA BENTA (São José) * NAS BANCAS: FELIPE (em frente à EE Governador Valadares); FRANCISCO (em frente ao Santander); LEONARDO (praça das “bolas”) * E POSTO STOP SHOP (avenida Ovídio de Abreu).
Veja também a crônica deste mesmo colunista da edição 2049:
A DOR QUE CADA UM SENTE, DE FORMAS DIFERENTES
No chuvoso velório, que se tornou ainda mais triste, as pessoas choravam pela perda tão inesperada de um homem tão jovem, ainda vivendo a melhor fase de seu casamento. A jovem viúva, artista plástica, vestiu-se de negro, como nos teatrais velórios americanos, porém não chorava. Para alguns, aquilo pareceu estranho, provocando comentários negativos, tipo Não deviam estar nada bem entre eles. Se não, estaria aos prantos… Na hora do sepultamento, a viúva continuou impável. Nenhuma lágrima ou lamento. Evidentemente que, para as pessoas positivas, os comentários sobre ela eram favoráveis. Para uma mulher ao seu lado, disse a ministra da palavra da igreja em que o casal sempre participou e frequentou:
- Coitada! Essa notícia a pegou tão de supetão que ela ainda não colocou os pés no chão. Morte por acidente é triste demais para quem fica. A ficha custa cair… Eu sei... (choro).
A mulher, após ouvir esse comentário, falou:
- Eu sou amiga de cozinha dela e do marido e posso lhe dizer que é raro a gente ver um casal tão feliz e harmonioso. Ela passou em um concurso federal e ele acabou de receber uma big promoção em seu trabalho. Estavam vivendo um momento único e já tinham até programado ter o 1º filho.
Os dias voaram depois daquele triste dia e a missa de 7º dia chegou tão rápido que parecia de 3º dia. Na porta da igreja, a viúva, novamente de preto, porém com outro modelo, recebeu os comprimentos e continuou, sem derramar uma lágrima sequer. Manteve-se assim, até mesmo, quando uma mulher mais simples a abraçou e falou meio alto:
- Está doida, menina? Chora! Põe pra fora a dor que você está sentindo. Isso faz mal, viu? Vira doença ruim...
A viúva nada disse e continuou intacta, recebendo os pêsames de todos daquela fila sem fim… A irmã dela e a irmã do falecido, uma de cada lado dela, entregavam um santinho clarinho, sem foto ou ilustração, apenas com um texto com letras também claras, que dizia, lindamente, assim: A parte que parte / Não consegue por inteiro partir / Mas se a parte que parte, um pouco fica, / A, que fica um pouco parte. / E, embora essas partidas, nos partam / Elas são partes da vida / E a vida não deixa de ser arte!
E assim, o mundo continua sendo recriado a cada momento. Afinal, o passado está todo envolvido no presente, mas não consegue determinar o momento seguinte, que é o futuro!
E você, o que pensa das pessoas que sentem as coisas diferentemente da maioria?
UMA BOA LEITURA!
O editor GP escreve mais uma crônica: VOCÊ ACREDITA EM DEUS E EM OUTRAS(S) VIDA(S)?