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AJUDA NA ALFABETIZAÇÃO ESPECIAL - 16/08/2018

Uma ferramenta criada por um itaunense, portador de deficiência, Cleysson, e utilizada pela primeira vez na Escola Estadual Clóvis Salgado, por uma aluna, Júlia, do ensino fundamental, tem feito a diferença na vida dela que é portadora de necessidades especiais, para que ela possa receber o mesmo conhecimento da turma. Trata-se de um teclado interativo, que ligado a um computador, estimula o aluno a desenvolver sua capacidade intelectual, de maneira lúdica e progressiva. Percebendo o desenvolvimento da aluna através da ferramenta, uma empresa de tecnologia de Belo Horizonte/MG inscreveu o equipamento em uma universidade americana ligada à Nasa - National Aeronautics and Space Administration (Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço), que aceitou o projeto, vai aprimorá-lo e produzí-lo em larga escala, podendo atender até a um bilhão de pessoas, em todo o mundo. A reportagem GP conversou com Alexandre Assis, diretor e o coordenador pedagógico da Acticon, empresa responsável por levar o projeto para a América do Norte. Veja o que ele disse.

“Quando você desenvolve um trabalho com universidades americanas, elas abrem uma opção de você fazer uma aplicação dos projetos para o uso na universidade. Essa universidade busca novas tecnologias, para realizar grandes desafios mundiais e também para atender até a um bilhão de pessoas. Tendo isso, nós percebemos a oportunidade de aplicar nosso projeto, junto com um programa educacional, para validação dessa universidade. Tivemos a grande felicidade de sermos qualificados e com isso temos acesso a todos os programas de formação dessa universidade. No Brasil são apenas três empresas, uma delas é a nossa, e no mundo são cinquenta e duas empresas, nesses dez anos de funcionamento da Singularity University. Nesse teclado, nós temos três segmentos de uso de trabalho: * pessoal, para pessoas com deficiência; * de reabilitação, em clínicas que trabalham com pessoas com deficiência; * e de inclusão educacional. As escolas que têm interesse em adquirir esse material, a gente desenvolve junto com um programa educacional,” explica Alexandre.

O TECLADO - A reportagem GP conversou também com o coordenador pedagógico da mesma empresa, Gesse Martins, que ressalta como o teclado beneficia os alunos, dentro do ambiente escolar. Leia.

“O teclado já existe, desde 2001, mas uma empresa mineira, que desenvolve e produz o teclado, encontrou uma possibilidade de verificar que ele tem uma aderência muito grande no setor educacional. Assim, foi feito um contrato com a empresa, especialista há mais de vinte anos no setor de desenvolvimento de tecnologias educacionais, quando foi possível criar um programa de tecnologias educacionais inclusivas. Dentro do projeto, nós temos duas vertentes: uma, que é a de comunicação assistiva, e outra, que é a de descrição de intervenções psicopedagógicas,” ressalta Gesse.

QUEM CRIOU? - A reportagem GP conversou ainda com a professora de inclusão da Escola Estadual Clóvis Salgado, Maria Aparecida Oliveira, que foi a primeira profissional a entrar em contato com a ferramenta. Confira.

“Primeiro eles vieram apresentar o teclado para a gente, para outra aluna, só que esse teclado não era acessível para ele. Aí falamos para tentar com a Júlia, pois ela não tem controle motor, tem uma dificuldade muito grande, não tinha acessibilidade na sala de aula, e foi onde fizemos o teste e deu muito certo com ela. Esse teclado foi criado por um cidadão itaunense, o Cleyssinho, que tem paralisia cerebral e devido às dificuldades que enfrentava, criou esse teclado. Esse teclado substitui aquele teclado normal do computador e a Julia depois de adquirir ele, a alfabetização dela aconteceu rapidamente e ela é a número um da turma,” conta Maria.

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