Desde outubro de 2019, Pará de Minas está sendo sede de um trabalho integrado de combate ao Aedes aegypti e que está sendo realizado na cidade pela prefeitura, em parceria com a Fundação Osvaldo Cruz e o governo do Estado de Minas Gerais, num laboratório de entomologia, que fica no CCZ – Centro de Controle de Zoonoses. Alguns profissionais estão desenvolvendo e analisando métodos de vigilância e controle do Aedes aegypti e Aedes albopictus, que transmitem dengue, zika e chikungunya. A reportagem GP conheceu o laboratório, onde conversou com o biólogo Fabrício Antônio de Almeida. Acompanhe.
“O objetivo do laboratório é medir a eficiência das armadilhas que estão instaladas aqui na cidade. Temos 2 tipos de armadilhas principais: * uma que tem um produto chamado piriproxifem a 75%, que é similar a um hormônio que faz com que a larva não chegue a um estágio adulto. Nessa, temos um fungo que faz o mosquito morrer em 7 dias. O mosquito vai até essa armadilha e se contamina com esse piriproxifem, pois ela não coloca os ovos somente em um depósito. Ela os põe em vários depósitos, se contamina ali e vai contaminando também os outros depósitos. * Temos também a dispersora, disseminadora, com o piriproxifem a 10%. Ela tem o mesmo objetivo da outra armadilha, pois o mosquito vai lá, se contamina e sai contaminando também os outros depósitos. Pará de Minas é pioneiro desse projeto e, dando certo, a tendência é que seja aplicado no Brasil todo. Nós trazemos para o laboratório as paletas com os ovos do Aedes aegypti, onde a gente eclode esses ovos e acompanha o desenvolvimento das larvas para medirmos se está funcionando ou não as armadilhas na cidade. Aqui, nós fazemos a identificação da espécie, se é o aegypti ou albopictus, e fazemos também a distinção do sexo dos mosquitos através das lupa. A diferença do aegypti para o albopictus é que o 1º é totalmente urbano e o segundo é semi-urbano e também da mata. Porém, ambos causam a mesma coisa e passam dengue, da mesma forma.”