A criminalização da violência nos estádios, sancionada nesta semana pelo presidente da República, não passa de um espetáculo pirotécnico com bojo demagógico. Todas as suas exigências já fazem parte do Código Penal e de outras leis gerais do país. Bastaria o Brasil adquirir o hábito de respeitar e cumprir as leis, e tudo estaria resolvido. Não é de hoje que a venda ilegal de ingressos, a manipulação do resultado das partidas, o porte de cartazes com mensagens agressivas, de fogos de artifício e o entoar de cânticos discriminatórios, racistas ou xenófobos, são crimes. Mas e dai? Quem toma a iniciativa de identificar e punir os faltosos (ou criminosos)? Por falta de pulso, em vez de punir, costuma-se colocar panos quentes... Quando o Ministério Público, com toda seriedade, puniu rigorosamente as torcidas desordeiras, houve quem achasse as medidas exageradas. No entanto, foi sentida a retração da baderna, do vandalismo e da desordem. Mas, como em tudo neste país, faltou continuidade ao trabalho e, como resultado, temos a volta da barbárie