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PRA QUE NOTA DE R$ 200,00? - 13/08/2020

No último dia 29 de julho, foi anunciado pelo Bacen - Banco Central que, em agosto, será colocada em circulação a nota de R$ 200,00 que incorporará a imagem do lobo-guará. Se antes, a nota de maior valor era a de R$100,00, agora, ela será substituída e o maior valor nominativo de dinheiro vivo em circulação será de R$ 200,00. Segundo a diretora de administração do Bacen, a nova nota é necessária para reduzir os custos de impressão, pois, neste momento, aumentou a demanda por papel-moeda (dinheiro vivo ou em espécie). Isso, causado pelo cenário de incertezas que estamos vivendo, diante da pandemia instalada e pelo saque do Auxílio Emergencial, já que, muitos beneficiários, além de preferirem dinheiro em espécie, não possuem conta bancária. Entretanto, existem incoerências nesta argumentação, uma vez que, segundo o próprio departamento de estatística do Bacen, este aumento é temporário. No meio de tamanha crise, colocar em circulação uma nova nota monetária não irá resolver os problemas que assolam nossa economia. Pelo contrário, pode corroborar para a perda da confiança social, já que a estabilidade da nossa moeda assume um papel social relevante. E, diga-se de passagem, vivemos um momento de estabilidade inflacionária, não justificando a criação da nota de R$ 200,00. Para além desses argumentos, estamos indo na contramão mundial no que diz respeito ao combate à lavagem de dinheiro. A União Europeia, por exemplo, estuda tirar de circulação a nota de 500 dólares, para dificultar atividades ilícitas. Outra questão é que, cada vez mais, a internet tem sido utilizada para realizar pagamentos virtuais, não justificando a emissão dessa moeda. Neste momento, criar a nota de R$ 200,00 não irá resolver nossos problemas, que, diga-se de passagem, são grandes: * alto número de mortes devido a covid-19, * metade da população brasileira sem acesso a esgoto tratado, * empresas falindo, * pessoas ficando desempregadas e * poucos recursos destinados para combater à pandemia. Afinal, quais são, de fato, as nossas prioridades?

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