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ANO 40
Nº 2010
11/03/2024


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GENTE PENSANTE - 17/12/2020

O editor GP escreve mais uma crônica: O pesado fardo de carregar uma culpa, mesmo não sendo o culpado...

VEJA NA EDIÇÃO 1846: NAS BANCAS DE 18/12 A 24/12. DEPOIS, SÓ NA GAZETA. Veja também a crônica deste mesmo colunista da edição 1845 abaixo:

EM PLENO MÊS DE NATAL, UMA CENA DIGNA DE PENA, BEM NA PORTA DO HOSPITAL DA CIDADE

Antes dessa pandemia, durante um encontro, onde havia muitos colegas da imprensa local, um deles me fez uma colocação inesperada. Disse-me isso, se não me falha a memória:

- Sabe que tem uma coisa na GAZETA que eu acho bem mais interessante do que ela estar firme no mercado patafufo, há quase 4 décadas?

Eu perguntei o que seria e ele respondeu:

- É que a cidade hoje está cheia de veículos de comunicação e postagens diárias em todas as redes sociais e o GP Jornal, mesmo não veiculando todo dia, consegue publicar, toda semana, matérias inéditas, que ninguém veiculou ainda. Como vocês têm conseguido tal façanha?

Lembro-me bem da minha resposta:

- Costumo dizer para a minha equipe de trabalho que as pessoas mais importantes, em qualquer área comercial, são os clientes, que têm de ser sempre tratados com muita gentileza. No caso de jornal, os 1ºs clientes são os assinantes e leitores, porque são eles que nos dão o devido ibope há mais de 36 anos. Depois, vêm os nossos 2ºs clientes, os anunciantes que, vendo o ibope que a gente alcança, querem anunciar no jornal, para alcançar, também. tanta gente. Juntos, são eles que, toda semana, nos enviam queixas e ideias para fazermos essas matérias exclusivas. Por falar nisso, um dos slogans GP foi criado especificamente para mostrar essa nossa gratidão a todos eles. Diz assim: A gente não vive sem você!

Nesta edição, por exemplo, há uma prova disso que eu respondi para o colega de profissão. Dia desses, um(a) leitor(a) ligou diretamente para mim, para informar o seguinte:

- Eu estava no hospital, acompanhando a minha mãe que esteve adoentada, quando, da janela do quarto dela, eu via, toda noite, uma mesma mulher no estacionamento dos carros dos médicos. Vendo de cima, me pareceu até que ela estava grávida. Percebi, inclusive, que ela dorme lá, no chão. Morri de pena! Por que vocês não fazem uma matéria sobre isso? A cidade tem ou não tem assistência social?

A ideia desse(a) leitor(a) provocou em mim tamanha inquietação que não saiu mais da minha cabeça. Pedi, então, para uma funcionária da reportagem dar um pulo lá para conferir isso. Pouco tempo depois, recebi pelo whatsApp as fotos feitas (estou homeoffice, desde março), juntamente com o seguinte relato:

- Quando cheguei lá, ela estava dormindo ainda e eu fiquei esperando ela acordar. Minutos depois, ela acordou, esfregou os olhos e, com cara de perdida, sentou-se e ficou observando o movimento das pessoas, que passavam por ali. Após, levantou-se e foi quando eu vi a sua barriga, provavelmente com 6 ou 7 meses de gestação. À 1ª vista, ela me pareceu ter 45/50 anos, mas pode ser que seja mais jovem e acabada, devido às circunstâncias de sua dura vida. Com o andar cambaleante e resmungando coisas que eu não entendi, ela se dirigiu para o outro lado do estacionamento, perto da recepção. Estava descalça e suja e eu não tenho como afirmar se estava bêbada ou se tem problemas mentais, mas uma coisa é certa: ela vive ali e fica pedindo dinheiro às pessoas. O(a) leitor(a) estava certo, porque é uma cena triste demais, digna de pena e bem na porta do hospital da cidade.

E você, o que sente, quando vê uma pessoa vivendo numa condição dessas? Uma boa leitura!

* Sobre o mesmo assunto, veja a chamada na 1ª página e a resposta da prefeitura, na página 7

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