Em 2006, nas edições GP de nº 1.112 e 1.114, a GAZETA publicou o drama vivido por Diógenes Lima Duarte que, aos 17 anos, perdeu os 5 dedos da mão esquerda, quando moía carne na extinta Casa de Carnes Matoso, na praça do Santuário. Passados quase 4 anos, o pai de Diógenes, o comerciante Diógenes Nogueira Duarte, entrou novamente em contato, via e.mail, com a GAZETA para falar de um novo drama vivido pelo garoto. Segundo ele, o cheque da rescisão contratual não tem fundos. Confira.
SEM FUNDOS – “O acidente aconteceu em 2006, mas só agora foi feita a rescisão contratual, porque meu filho estava afastado pelo INSS. Então, só agora ele teve alta para retornar ao trabalho. A rescisão foi feita no dia 26 de agosto, em um sindicato de Pará de Minas. Após meu filho assinar os papéis, havia a possibilidade de o que cheque que ele recebeu não ter fundos. Ele, então, me ligou muito revoltado então, comprei uma passagem para ele vir morar comigo, aqui em Tocantis. Tendo ele ao meu lado seria mais fácil evitar algum problema, pois eu temia a reação dele, caso o que a contadora havia dito fosse comprovado. Aqui, ele depositou o cheque e, dias depois, o cheque no valor de R$ 6.491,46 voltou. Não tinha fundos. Na matéria veiculada na GAZETA, em 2006 o gerente do açougue disse que o estabelecimento tomaria todas as medidas cabíveis, mas tudo não passou de promessas... Talvez, eles devem pensar que é pouco para um adolescente ficar sem a mão”...
MENTE OCUPADA – “Meu filho ainda não está trabalhando, mas como ele está comigo, tento mantê-lo ocupado, fazendo serviços de banco e me ajudando no meu comércio. Quero mostrar para ele que ele pode fazer muitas coisas ainda e não precisa se sentir inferior. Ele está cursando o curso de Técnico de Segurança do Trabalho”.
INJUSTIÇA - Em 2007, o proprietário do açougue assinou um termo de compromisso para pagar a ele R$ 1.000,00 por mês para ele poder comprar uma prótese, mas ele também não cumpriu essa promessa. Dai foi feito um novo acordo perante a justiça para ele pagar R$ 500,00 por mês, mas nem na justiça ele pagou. Esse acordo está agora com um advogado para tentar resolver alguma coisa. Não é justo meu filho ter passado pelo que passou e ainda não receber seus direitos. Não é justo um patrão achar que pode fazer isso com meu filho e até com outras pessoas e nada lhe acontecer. É triste, mas parece que a justiça só existe para ricos... Porém, sei que a justiça do homem pode falhar, mas a de Deus, não falha! Essa é a única certeza que tenho”.
A OUTRA PARTE – Procurado o dono da então Casa de Carnes Matoso, Péricles Matoso, não foi encontrado.