Os resultados da campanha nacional de vacinação contra a poliomielite em Pará de Minas estão bem abaixo do esperado. Apesar de todos os esforços da secretaria de saúde para imunizar as crianças de 1 a 4 anos de idade, a meta determinada pelo Ministério da Saúde, de 95% de vacinação do público-alvo, está longe de ser alcançada. Até o dia 30 de agosto, menos de 50% das crianças na faixa etária indicada havia sido imunizada. De acordo com a responsável pelo setor de imunização da secretaria de saúde, Érica Regina da Silva, a meta de 95% de vacinação do público-alvo corresponde a um total de quatro mil quatrocentas e noventa e seis crianças. Até o momento, no entanto, apenas duas mil crianças receberam o imunizante, ou seja 44%.
“A poliomielite, ou paralisia infantil era uma doença considerada erradicada. Entretanto, os pais ou responsáveis têm de se conscientizar da gravidade dessa doença. A prevenção à pólio, por meio da vacinação em massa, fez com que a doença não fosse mais vista no cotidiano da população brasileira, nos últimos tempos. Porém, o risco de um novo surto ainda existe e, por isso, a secretaria de saúde está atenta à necessidade de intensificar a vacinação. A vacina contra a poliomielite está disponível nas vinte e cinco UBS - Unidades Básicas de Saúde do município, de segunda a sexta-feira, das 7H30 às 15H30. Na UBS Nossa Senhora da Piedade (antiga policlínica), o horário tem sido estendido até às 19H. Além disso, fizemos, no dia 20 de agosto, um Dia D, aplicando doses durante todo o dia, e ainda houve uma repescagem, no dia 27. Infelizmente, em ambos os dias tivemos pouca procura das pessoas e precisamos nos esforçar para que ela não volte,” adverte Érica Regina.
APENAS DUAS GOTINHAS - Diante da baixa adesão, a responsável pelo setor de imunização, Érica Regina, explica que a secretaria vem fazendo uma busca ativa dos não vacinados, em creches, hoteizinhos e escolas públicas e particulares.
“Queremos chegar a esse índice de 95%, preconizado pelo Ministério da Saúde. São apenas duas gotinhas, que podem evitar a pólio e a paralisia infantil, que, todos sabem, deixam sequelas graves. Então, o caminho é a prevenção.”
EXEMPLO PARA O MUNDO - “O secretário de saúde, Wagner Magesty, lamenta o fato de a adesão à vacinação contra a poliomielite estar bem abaixo do esperado pela sua pasta. Veja.
“Em um contexto como o que vivemos, recentemente, em que milhões de vidas estão sendo salvas pela vacina contra a covid-19, é triste ver que muitas pessoas não percebem a importância das vacinas. Então, faço um apelo, para que os pais não deixem de levar os seus filhos à uma unidade de saúde, o mais rápido possível. Afinal, trata-se de um ato de cidadania e responsabilidade. É um ato simples, que pode fazer a diferença para toda a vida a criança. Não só Pará de Minas precisa vacinar mais, mas o Brasil todo! Nosso país é modelo para o mundo em matéria de vacinação. Não podemos perder esse título”, frisa o secretário.
TESTEMUNHO - O servidor público Markos Moura, conhecido pelo destaque nacional no paraciclismo, teve poliomielite e deu o seu testemunho sobre as sequelas da doença e a importância da vacinação. “Tive paralisia infantil, quando eu tinha menos de um ano de idade. É algo penoso, que complica a vida da gente. Portanto, se você não levou ainda o eu filho para vacinar, tire um tempinho e invista na saúde dele. A cidade tem toda a estrutura para isso e aplica a vacina, de maneira gratuita e em diversos locais. Vale lembrar que a poliomielite leva à perda de movimentos do corpo, principalmente dos membros inferiores, como ocorreu comigo. Desde então, precisei utilizar cadeira de rodas, muletas e uma prótese, para me locomover. Isso, porque perdi os movimentos das duas pernas. Com tratamentos específicos, consegui recuperar parte dos movimentos e da força da perna esquerda, mas da, direita, infelizmente, não”, lamenta esse atleta mundial.