Durante a 34ª edição do Garra Profissional, realizada em março deste ano, o aplaudido clipe de abertura falava sobre a diferença que há entre desenvolvimento e o progresso. Nesse clipe, que pode ser assistido no site (www.gazetaparaminense.com.br) foram apresentados os dezenove bens tombados pelo Patrimônio Histórico Municipal, em contraponto com os arranha céus de Pará de Minas. Uma das legendas sugere o tombamento do Santuário de Nossa Senhora da Piedade, para que ele não tenha o mesmo destino da antiga matriz de mesmo nome. Felizmente, passados seis meses do Garra, a reportagem GP recebeu a boa notícia de que esse tombamento irá acontecer. Veja o que disse a arquiteta Karina Morato à reportagem GP.

“A 1ª etapa para este tombamento foi a notificação e a aceitação da paróquia pelo tombamento e, após esta aceitação, vamos fazer um levantamento da história da edificação e depois um levantamento técnico com plantas e fachadas de como ela se encontra hoje. A partir daí, ela entrará no laudo dos bens patrimoniados do município. Depois disso, todo ano será feito um novo laudo, com um levantamento fotográfico para verificar se a edificação continua mantendo as suas características históricas. Além disso, todo o processo passa pelo Iepha - Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico, e pelo Iphan - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, que também recebe, anualmente, um levantamento dos demais bens tombados. Por falar nisso, no último ano Pará de Minas recebeu a nota máxima,” comemora Karina.

EDIFICAÇÃO MODERNISTA - A reportagem GP também conversou com a presidenta do Conselho Municipal do Patrimônio Histórico, arquiteta Cleysi Mara Pinto de Souza. Leia.

“O conselho está muito feliz por este tombamento! Esta é a 1ª edificação modernista tombada, uma vez que as demais edificações tombadas são no estilo neoclássico. O Santuário da Piedade é um ícone da cidade e já faz parte da memória de todos que moram aqui. Gostaria de ressaltar que já existia um inventário do Santuário, desde 2001, considerado a 1ª medida de proteção e, além desse, temos inventários de outras edificações para protegê-las e, futuramente, acontecer ou não o tombamento,” explica Cleysi.

E A REFORMA? - Veja o que disse o administrador da Paróquia de Nossa Senhora da Piedade, padre Antônio Carlos Sousa Barboza.

“Esse tombamento é algo que acontece, naturalmente. De fato, é importante que todos nós tenhamos essa preocupação pela preservação do santuário. Antes mesmo de eu me tornar o administrador dele já existia o inventário e também a notícia de que, em breve, aconteceria o tombamento, mas recebemos algo de mais concreto sobre isso tão logo fechamos a questão, para o início da atual reforma do santuário. Com isso, já iniciamos a reforma, pensando justamente no tombamento. Inclusive, conversamos com o pessoal do Conselho do Patrimônio Histórico sobre tudo o que vamos fazer tendo como ponto principal a conservação da originalidade do santuário. Uma coisa que as pessoas têm perguntado é sobre a questão das pastilhas usadas no revestimento. Ou seja, se serão utilizadas o mesmo tipo. Apesar de modelo de pastilhas não serem fabricado mais, conseguimos que a fábrica produzisse uma quantidade suficiente do mesmo modelo, para esta reforma. Enfim, tudo o que vem para proteger e preservar o nosso santuário é bem-vindo,” analisa padre Antônio.

HISTÓRIA VIVA - A secretaria de cultura, Andreia Xavier Paulino, também falou com este GP Jornal. Fique por dentro.

“Nós, do poder público, prefeitura e secretaria de cultura, queremos estar de mãos dadas com a arquidiocese e com o Conselho do Patrimônio, para mantermos viva a nossa história,” resume Andreia.