Na redação GP, durante todo o ano é comum ouvir pará-minenses reclamando da qualidade do ar, pincipalmente, em determinadas regiões da cidade. Pensando nisso, também, a secretaria de agronegócio, desenvolvimento rural e meio ambiente está lançando o Programa de Monitoria da Qualidade do Ar, em Pará de Minas. Para falar sobre este emergente assunto, a reportagem GP ouviu o titular dessa pasta, José Hermano Franco. Leia.

“Nós estamos vindo, há algum tempo, trabalhando para construir um arcabouço legal, para instalar este e outros programas. O 1º foi o Programa de Monitoria de Qualidade da Água do Ribeirão Paciência, que já acontece, há algum tempo, e já apresentou resultados. E agora estamos trabalhando o Programa de Monitoria da Qualidade do Ar, que consistirá em rodadas de fiscalização que serão executadas por uma empresa contratada e que passará uma semana, em cada rodada, fazendo a monitoria da qualidade do ar. Essas rodadas não terão datas pré-estabelecida para pegarmos, para que ninguém saiba, antes, quando elas vão acontecer. Depois disso, poderemos tomar medidas de controle e de melhoria. Importante falarmos que esse trabalho poderá não trazer resultados imediatos, uma vez que algumas medições poderão não apresentar nada de errado e outras, sim. A partir daí, começaremos um trabalho para melhorarmos essa questão da poluição atmosférica em Pará de Minas,” espera Zé Hermano, como ele é mais conhecido.

PROJETOS NÃO - “Faço questão de repetir em todas as entrevistas que não trabalhamos com nenhum projeto, mas sim com programas, pois a ideia é que sejam duradores, uma vez que as empresas podem estar trabalhando dentro da legislação ambiental hoje e amanhã não mais. Esses programas, principalmente os de monitoria de qualidade têm que ser constantes. Para o programa de qualidade do ar, todas as empresas que emitem materiais particulados na atmosfera estão sujeitas a serem pegas, por assim dizer, nessa monitoria.”

SIDERÚRGICAS, INCLUSIVE? - “Na verdade, esse programa foi criado pensando nessa questão. Pará de Minas só tem problemas de poluição atmosférica nessas regiões onde estão instaladas as siderúrgicas. Claro que podemos detectar problemas em outras regiões, mas esse programa foi feito pensando nas siderúrgicas, mesmo. Entendemos que a siderurgia tem seus limites tecnológicos. Ou seja, alguma coisa elas vão jogar para a atmosfera. Sempre! Agora, existem padrões legais que têm de ser respeitados. Se, por exemplo, estiverem dentro dos padrões do licenciamento estadual, não terá problema algum. Até porque, se as empresas vieram para a cidade, elas têm direito de funcionar. Entretanto, se elas têm melhorias a serem feitas e não fazem está na hora de entrarmos e fazermos a lei valer. E a única forma que temos para comprovar as irregularidades é por meio das medições. Estamos começando a construir agora e esse é um programa a longo prazo. Claro que as 1ª^s medições já deram resultados negativos em desfavor das empresas, mas também pode-se demorar a aparecer. Esse é o 1º passo, para construirmos um alicerce sólido e continuado, onde teremos legislação, monitoria, fiscais e todas as empresas estão sendo avisadas que essa monitoria vai ser iniciada, em algum momento.”