No próximo dia 2 de março completam 38 anos da morte de um dos personagens mais ilustres de Pará de Minas, Benedito Valadares. Falecido no ano de 1973, aos 80 anos, Benedito é considerado por muitos um dos grandes políticos brasileiros e, em sua terra natal, o maior exemplo político de todos os tempos. Ainda hoje, seu nome é citado nos grandes veículos de comunicação. Um exemplo recente é o que foi publicado no último dia 27 de janeiro, no jornal Hoje em Dia, uma matéria intitulada A Lição de Valadares Que o PMDB Não Leu, assinada por Carlos Lindenberg. Segundo o conhecido jornalista, ao indicar dois nomes para a presidência de Furnas, o PMDB mineiro corre o risco de não conseguir nenhum. Segundo ele, Minas também poderá até mesmo perder, pela 2ª vez, a presidência da maior empresa de energia elétrica do país. Veja parte do que ele escreveu.
“Esses deputados indicam o ex-colega Marcos Lima do tradicional quadro peemedebista e muito bem quisto por seus pares. Contudo, o mando na estatal continua sendo de Eduardo Cunha, chefe do PMDB carioca. Já os senadores do partido indicam o senador Hélio Costa que encerrou seu mandato no dia 31 de janeiro. Hélio Costa foi ministro das Comunicações de Lula. Marcos Lima foi diretor de Furnas por um período. E aí está o problema que só o PMDB não vê. A história, quando não o folclore político, está cheia de exemplos assim. Em 1933, por exemplo, Getúlio estava no poder, quando teve que nomear um interventor para Minas Gerais. Coube ao ex-prefeito de Pará de Minas, Benedito Valadares, levar a Getúlio uma relação de nomes que os deputados ofereciam ao chefe da revolução de 1930 para a interventoria. Getúlio, que já sabia dos dotes mágicos de Valadares se encantou mais ainda com o jeitão do político de Pará de Minas. Ao ler a relação, objetou que ela estaria incompleta, que faltava um nome. E ante a falsa incredulidade do interlocutor, Getúlio mandou que incluísse o dele. E assim Benedito Valadares, que não estava indicado, acabou sendo nomeado interventor em Minas e governou de 1933 a 1945. Reza a lenda que a partir de episódios assim foi que Valadares, na chefia do velho PSD, passou a decidir as coisas antes que chegassem, por exemplo, ao seu desfecho. Antes de uma convenção partidária ele reunia os líderes e decidia com eles quem seria isso ou aquilo. Quando se instalava a convenção, a decisão já estava tomada, sem brigas nem futricas”...