Como será a experiência vivida por
uma artista de renome e que já há
algum tempo reside na capital? Cida,
que interpreta Concessa, apresentou,
recentemente, no teatro da Escola
Estadual Fernando Otávio, a peça
Pendura e Cai. Antes de entrar em
cena, ela falou com total exclusividade
com a reportagem GP. Confra.
A PEÇA - “Pendura e Cai surgiu por
causa de uma matéria que eu li no
jornal e em chamou a atenção. Daí,
decidi partir para esse tema que é a
gravidez na adolescência. Acho que a
inspiração me pegou trabalhando. É
um tema que me atormenta muito.
Fico muito impressionada e pensei:
a Concessa tem 4 flhos adolescentes.
Então, eu deveria chamar a atenção
dos adolescentes e pais através do
personagem. Deu super certo! A
peça tem 5 anos e já fzemos vários
projetos sociais por causa dessa
abordagem. As pessoas têm muita
difculdade de falar sobre sexo, mas
têm muita facilidade de brincar com
o assunto. Busquei me informar
bastante para ter uma mapa dessas
informações e passar algo que
fosse ao mesmo tempo engraçado e
esclarecedor. Minha forma de exercer
minha política é essa, ultimamente”.
O TEATRO - “Eu gosto muito
de atuar na minha terra natal. É
gostoso! Eu olho para a plateia e
reconheço amigos de infância. É
uma experiência única. não vivo
isso em nenhum outro lugar. É só
aqui. Mas não venho tanto aqui
porque a cidade não tem um teatro
ainda. Acho que quando tiver vou
virar fgurinha repetida aqui (risos).
É muito complicado apresentar
em um espaço igual ao que me
apresentei. não pela estrutura física,
pois o espaço é grande, mas não tem
acústica, não tem luz própria e não
fca bonito como fcaria em um teatro
de verdade”.
O CACHÊ - “vivo dessa arte há muitos
anos e as pessoas já reconhecem isso
em mim como minha profssão. Meu
critério é o seguinte: não faço de
graça, de jeito nenhum. Daí, viram
para mim e falam: Ah, mas o asilo tal
está precisando... Aí, eu digo: Então,
que vocês se mobilizem que eu divido
com vocês. Faço mais barato, assim
como eu fz recentemente para o
grupo de jovens Rec. Uma das coisas
que aprendi é que se eu vivo disso,
não tenho emprego, não dou aulas em
nenhum escola, tenho que valorizar o
meu trabalho que é o teatro. Muitos
atores acabam trabalhando em outras
coisas... daí, as pessoas realmente
começam a achar que teatro é apenas
um hobby”.