Fundador: Francisco Gabriel Bié Barbosa

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Veja também a crônica deste mesmo colunista da edição 2064:

VOCÊ SE CONSIDERA PESSIMISTA OU OTIMISTA?

No frio corredor do hospital, com paredes pintadas de um verde tranquilizante, o homem de 60 anos ou mais entrou quase correndo, quando viu, na fila de espera, uma grande amiga sentada em uma daquelas cadeiras, todas ocupadas. Ao vê-la, deu uma freada na correria, aproximou-se dela e perguntou:

- Oi, querida, tudo bem? Veio visitar alguém?

Ela respondeu, com enorme sorriso, sua característica:

- Tudo bem! E você? Veio visitar alguém?

- Minha prima fulana – não sei se você a conhece. Ela sofreu uma cirurgia, ontem, mas está tudo bem! Mas você não me respondeu sobre o seu motivo de estar aqui também...

A amiga de longa dada respondeu:

- Não vou visitar ninguém... Estou fazendo um tratamento de saúde e estou aqui esperando a minha hora, há uns 40 minutos.

O amigo ficou curioso:

- O que você arrumou? Não sabia...

A mulher, depois de olhar para um lado e outro, para ver quem estava por ali, respondeu:

- Noutra hora eu conto pra você!

E diminuindo a altura da voz, cochichou:

- Aqui não!

O amigo, então, despediu-se dela e seguiu em caminhada pelo frio corredor, até chegar ao quarto da prima operada. Uns 30 minutos depois, ele retornou para a entrada do hospital, saindo em direção ao estacionamento, onde havia deixado o seu carro. Dizem que não existe coincidência, mas foi exatamente ali que encontrou-se novamente com a velha amiga, quando ela explicou:

- Eu não queria falar com você no meio daquele povo todo, mas é o seguinte: estou com um câncer no intestino, já bem avançado, e passei aqui no hospital para ver das datas das minhas próximas sessões de quimioterapia...

- Eu sinto muito, querida! Deve ser difícil demais essa situação... Como você está?

- Confesso que sofri demais, quando eu soube. Foi como se um buraco se abrisse sobre os meus pés. Literalmente, o meu mundo caiu!

- Imagino...

- Naquele dia, quando o médico me deu essa triste notícia, eu cheguei super bem e alegre, como sempre fui. Ao tomar conhecimento do resultado, fiquei muito triste, arrasada mesmo, mas, com o tempo, comecei a fazer a seguinte reflexão: se eu estava tão bem, antes de chegar lá, por que agora, após receber essa notícia, ficarei triste? Eu sou a mesma pessoa, antes e depois da doença, e prometi para mim mesma que continuaria sendo o que sempre fui: alegre, otimista e sem ficar me lamentando. E é assim que continuo levando a minha vida, até onde Deus planejou para eu chegar, nesta vida...

E você, consegue não ficar pessimista, após receber uma notícia tão drástica assim?

UMA BOA LEITURA!

O QUE VOCÊ ESTÁ TRANSMITINDO AOS SEUS FILHOS?