Os pará-minenses e itaunenses mais antigos conhecem
bem a história da antiga rivalidade entre os moradores
de Pará de Minas com os da vizinha cidade de Itaúna,
quando os pará-minenses passaram a ser chamados
de patafufos e o povo itaunense, de siriricas. O tempo
passou e isso já não existe mais, uma vez que inúmeros
pará-minenses se dirigem diariamente para Itaúna,
onde cursam a sua universidade ou trabalham, o mesmo
acontecendo de lá pra cá. Recentemente, essa velha
história ficou conhecida por muitos brasileiros, através
da fala do deputado federal local, o espiritualista,
Eduardo Barbosa ao participar do programa Coisas da
Minha Terra, da Rádio Câmara. Além do caso ocorrido
entre as duas cidades, o deputado patafufo também
contou histórias da religiosidade popular, não deixando
de citar o antigo footing da rua Direita. Vale a pena
conferir.
“Minha terra é Pará de Minas que fica situada no Centro
Oeste mineiro, a 74KM de Belo Horizonte. É uma
cidade bem próxima da capital. Mas é uma cidade que
tem raízes, que tem uma cultura muito forte, porque
ela foi fundada por bandeirantes; desses que iam para
as terras de Pitangui que é próxima a Pará de Minas.
Pitangui era um dos lugares que tinha muito ouro e
Pará de Minas era o lugar onde que os bandeirantes
paravam para poder passar a noite. E ali foi se criando
um arraial que, a princípio, era chamado Arraial do Pato
Fofo, porque o bandeirante que gostava de ficar lá era o
Manoel Batista que era baixinho e andava como se fosse
um pato; por isso, ficou apelidado de Pato Fofo. Tanto é
que nós todos que nascemos em Pará de Minas somos
chamados de patafufos, porque ao longo do tempo pato
fofo se transformou em patafufo. E de forma carinhosa,
somos todos patafufos. É interessante que uma cidade
próxima de Pará de Minas, Itaúna, também é uma cidade
muito tradicional e tinha uma rivalidade muito grande
com Pará de Minas. E Pará de Minas sempre criticava
os itaunenses e esses a nós que somos pará-minenses.
Mas eles, quando nos criticavam, nos chamavam de
pato fofos e ficou como um termo de chacota a todos
nós, mas transformou em um termo carinhoso. E nós
chamávamos os itaunenses de siriricas, porque dizia a
lenda que, quando foi inaugurado o 1º poste de luz de
lá ficou todo mundo debaixo dele espiando, como se
fossem siriricas. Dessa forma, as nossas duas culturas
fizeram com que a gente criasse uma rivalidade positiva.
Hoje são cidades irmãs”.
PADRE RÍGIDO - No entanto, Pará de Minas sempre
foi muito marcada por tradições católicas e um caso
pitoresco que acontecia lá era que o padre era muito
rígido. O padre controlava todas as famílias da nossa
cidade. E obrigava a todos a cumprir ritos que ele
estabelecia como regras indispensáveis para um bom
cristão. E