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Rainha parte sem realizar seu sonho - 04/11/2011

Muitos pará-minenses se entristeceram com a notícia do falecimento no Dia de Todos os Santos, 1º de novembro, principalmente os congadeiros de Pará de Minas que lamentaram e choraram pela perda da Rainha Perpétua do Congado, Vicentina Moreira Alves, 66, mais conhecida como Dona Nica. Muito conhecida na cidade, Dona Nica se destacava por sua dedicação e esforço junto ao trabalho dos congadeiros. Logicamente, era muito católica, fervorosa de Nossa Senhora do Rosário, padroeira dos congadeiros, e sempre estava junto ao clero, representando essa comunidade. Dona Nica era vista por todos os cantos da cidade, solicitando ajuda dos comerciantes para a realização das festas do Congado, seja na cidade ou nos distritos e povoados da comarca. Graças ao seu empenho, os cantos, lamentos, danças e cores dessa manifestação africana sempre alegraram e deixaram a igreja católica local mais atrativa e diferenciada. Amiga da GAZETA, Dona Nica foi coroada pelo bispo Dom José Belvino do Nascimento, antecessor do atual bispo da Diocese de Divinópolis/MG, como Rainha Perpétua do Congado. Ou seja, ela foi a rainha permanente de todas as guardas existentes em Pará de Minas até a sua morte. Veja agora detalhes de sua doença, morte e sepultamento, levantados pela reportagem GP. O FALECIMENTO – Sua morte ocorreu devido a um aneurisma seguido de um AVC – Acidente Vascular Cerebral, quando, durante uma semana, ela ficou acamada, sem dar um sinal sequer de vida. Disseram seus familiares que na noite em que ela passou mal, ela estava muito alegre e brincalhona, não dando o menor sinal de que poderia se adoecer. O corpo de Dona Nica foi velado em Pará de Minas, onde ela residia, no bairro Recanto da Lagoa. Depois, seguiu para Córrego do Barro, sua terra natal, onde um grande número de amigos e congadeiros prestaram a sua última homenagem, dentro da igreja de São Sebastião. O RITUAL - O padre responsável pela encomendação do corpo foi padre Gabriel, um grande incentivador do congado local e também muito amigo de Dona Nica. Emocionado, ele disse que ela não só faleceu em um dia muito especial, o Dia de Todos os Santos, como também foi sepultada em outro dia não menos importante, o Dia de Finados. Segundo ele, uma graça de Deus. O padre também frisou em sua prática do quanto Vicentina era honesta, prestando conta de cada centavo recebido por ela. Como os congadeiros, padre Gabriel também estava vestido de maneira diferenciada, colorida como manda a tradição dos congados. Através de um ritual, enquanto os grupos de congado cantavam, a coroa de Vicentina foi passada para a nova Rainha Perpétua, Raimunda. Logo após, uma grande procissão, com participação da imagem de Nossa Senhora do Rosário, o corpo de Dona Nica foi levado ao Cemitério de São Sebastião, onde foi sepultado. A IGREJA - Na edição GP 1.163, veiculada em 19 de outubro de 2007, a GAZETA mostrou na matéria Congadeiros Protestam, quando, durante o Encontro de Congaderios de Pará de Minas, houve um protesto da mudança de nome da Igreja Nossa Senhora de Fátima, que anteriormente era Nossa Senhora do Rosário. Mas na verdade, o grande clamor deles, deste aquela época, é de que se construísse uma nova Igreja do Rosário na cidade como a que existiu, há muitos anos, na praça Mello Viana e foi demolida. Veja o que dona Nica falou, durante o protesto,

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