Na manhã da 4ª feira, 21, foi divulgada a triste notícia da morte do conhecido Osmar Lopes Guimarães, mais conhecido como Tostão, 66. Depois de 9 dias passando por problemas de saúde, ele, infelizmente, faleceu de insuficiência respiratória, síndrome hepatorrenal - deterioração da função renal. Porém, o que realmente levou Tostão a esse fim? Como muitos boatos chegaram ao jornal, como a ingestão de queijo infectado por urina de rato, a reportagem GP fez contato com Sirlene Conceição Guimarães, 40, filha dele, que, muito emocionada, contou tudo. Não deixe de ler.
“Meu pai era uma pessoa maravilhosa...já era aposentado, gostava muito de ir para a chácara pescar e jogava futebol todas as 3ªs e 5ªs feiras. Ninguém o conhecia como Osmar, mas como Tostão. Era um homem humilde que gostava de ajudar todo mundo... criou 6 filhos e me ajudou a criar as minhas duas filhas e todos os outros netos. Ele não era só pai, era um excelente avô, uma pessoa que todo mundo realmente gostava. Sempre foi uma pessoa boa, honesta... Ele dizia para nós, filhos, que dinheiro ele não iria deixar para a gente e que a única coisa que ele poderia deixar era o nome dele... (muito emocionada), porque o nome dele nos abriria as portas. Sempre conquistamos tudo pela luta do meu pai e da minha mãe (choro)... ele está fazendo uma falta muito grande. Mas a gente sabe que onde ele estiver, vai estar olhando e abençoando todos nós”, diz Sirlene.
A MISTERIOSA DOENÇA –“A doença dele foi uma coisa muito repentina. Foi tudo muito rápido. Ele se queixava de umas coceiras pelo corpo que, até então, nós estávamos tratando como sarna. Como ele trabalhava muito lá na roça, não pensávamos que poderia ser outra coisa. No dia 9 de dezembro,ele completou 66 anos, e no dia 11 ele começou a reclamar de dores nas pernas, nas costas, nos rins... Queríamos levá-loao Pronto Atendimento, mas ele não queria ir. Tivemos que fazer uma pressão para ele ir. Lá, o médico disse que poderia ser cálculo renal e nos explicou tudo. Ele ficou 3 dias internado em observação e os exames realmente constaram ser cálculo renal. Fomos orientados, então, a procurar um urologista e, assim, começamos o tratamento do cálculo renal. Depois, meu pai começou a reclamar que o remédio estava fazendo mal pra ele... mas, mesmo sentindo mal, ele foi trabalhar durante o resto da semana. Quando foi de 6ª para sábado, ele começou a sentir muita falta de ar, mas não comentou nada com ninguém. No sábado, ele falou que estava sentindo muita dor nas pernas e falta de ar. Ele cismou que era o remédio... aí, ligamos para o médio dele,o Gabriel Guedes, que pediu para suspender os remédios, mas disse que os remédios que ele estava tomando não eram os causadores daquelas dores. Passamos uma noite difícil e, no outro dia, o levamos ao hospital para a avaliação. Ele ficou internado por causa de uma anemia, quando vários exames foram feitos para saber o que era. Naquelas horas, ele estava bem, brincando e conversando com todos do hospital. À noite, conversei com ele que aparentava estar bem. Meu irmão ficou com ele, mas, depois de um tempo, ele me ligou falando que ele não estava bem, que estava com uma aparência cansada e com falta de ar e que as enfermeiras haviam dito que era por causa da forte medicação. Como ele não estava bem, uma junta médica o atendeu para avaliar o que ele tinha. Em certo momento, o ortopedista Silvimar Nunes perguntou se ele já tinha tido xistosee ele respondeu que sim, há anos. Pediram exames para saber se era uma infecção na medula que teria sido causada pela xistose. Fizeram vários exames, mas ele começou a piorar. Aí, arrumamos uma transferência para ele para a Santa Casa, em Belo Horizonte/MG, porque aqui na cidade não tem infectologista. Todos os médicos nos ajudaram a conseguir a vaga”.
OS ÚLTIMOS DIAS–“No dia 20, quando seria feita a transferência, ele criou uma força que não tinha mais e ficou nos pedindo para ir para casa... estava inquieto, sofrendo muito. Quando já estava tudo pronto para a transferência, uma enfermeira, disse que ele não poderia ser transferido, porque não estava liberada vaga... o médicodisse que seria melhor ele ser transferido no outro dia de manhã. Aí, foi feita uma transfusão de sangue e ele foi levado para o CTI. Às 3H20, meu celular tocou e a médica do plantão me disse que o estado do meu pai tinha piorado... e que ele tinha falecido... de parada cardíaca. Entramos em desespero, pois tínhamos esperança que ele melhorasse. Neste momento, ainda estamos aprendendo a aceitar a morte dele, porque foi tudo muito rápido... foram 9 dias muito difíceis. Meu pai nunca foi uma pessoa de ir a médico, nunca gostou, mas tinha 6 anos que ele tinha parado de beber, 3 sem fumar... Ele era esportista e para nós foi um susto muito grande, porque foi tudo muito repentino, muito rápido (muita emoção).
OS BOATOS–“Agora, estão esperando o laudo dos exames médicos para saber o que realmente aconteceu. Estamos com a desconfiança de que possa ser uma coisa hereditária, porque meu avô teve os mesmos sintomas, ao morrer. Se for hereditário, teremos que prevenir toda a família. Também tem a hipótese dele ter falecido de leptospirose, porque meu pai ia muito para o rancho, em Córrego do Barro, onde um senhor, muito amigo do meu pai, e que tem um rancho ao lado do nosso, disse que perdeu um filho por causa dessa doença e que o rapaz foi contaminado no local. E como meu pai frequentava muito lá e o local onde ficavam as coisas dele de pescar era como uma tábua com muitas coisas, inclusive ratos, eles também estão suspeitando que possa ser essa doença. Mas nada disso é uma certeza e vai depender do resultado de todos os exames... Precisamos saber ao certo o que foi. Muitos boatos têm surgido... muita gente tem falado até que ele morreu por causa de bebida;outros, que ele suicidou”...