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Na casa da irmã, os quadros do irmão - 20/04/2012

Um mês após a inauguração da Casa de Cultura Cida Mendes, a diretoria do Sesi abriu a exposição Trajetória – Retrospectiva Amadeu Mendes. Familiares e amigos do saudoso Amadeu estiveram presentes, quando puderam rever obras desse sensível artista plástico pará-minense. O diretor social clube, Haroldo Mendes, falou à reportagem GP. Veja. “O Amadeu era uma pessoa super boa! Temos muita saudade dele que era um artista fabuloso e agora todos poderão conferir as obras dele. O Dedeu (como ele era chamado pelos familiares) tinha um pouco de tudo e pintava de forma diferenciada e foi uma sorte de todos nós que ele tenha trilhado esse caminho diferente”, diz Haroldo que era primo do artista. O irmão do homenageado, Afrânio Mendes, estava muito emocionado, uma vez que a Casa de Cultura, além de ter sido batizada com o nome da irmã atriz, Cida Mendes, apresenta na 1ª mostra o trabalho de Amadeu, também seu irmão. Veja o que ele disse à reportagem GP. “Viemos para a inauguração desse espaço com o nome da Cida e agora voltamos para a exposição do Amadeu. Neste ano, quando completam 10 anos do falecimento do Amadeu, ele é homenageado (morreu prematuramente aos 45 anos de idade, no dia 22 de junho de 2002). Então, estamos duplamente emocionados, felizes e muito agradecidos”, garante Afrânio. QUEM ERA ELE? - A exposição apresenta algumas das inúmeras obras criadas por AmadeuS (como ele gostava que a GAZETA o noticiasse (O S vem do 1º sobrenome: Silva), cujas 1ªs incursões ao mundo artístico aconteceram aos 12 anos de idade na tampa de madeira de um estojo escolar. A partir de então, passou a colaborar com suas irmãs nos trabalhos artísticos solicitados pelas escolas. Com o incentivo da família, também participou do Festival de Arte do Colégio Sagrado Coração de Maria e viveu a adolescência entre oficinas de arte e argila. O início da fase adulta foi marcado pela opção de cursar Engenharia Mecânica, mas no 8º período da faculdade deu uma reviravolta na vida, mudando-se radicalmente para o curso de Belas Artes da UFMG. Dividindo o tempo entre a paixão que sentia pelas artes plásticas e os empregos que ele tinha para manter a sua subsistência, Amadeu exerceu várias atividades até que, um dia, sentiu que já era o momento de se entregar totalmente à arte. CRIATIVIDADE - Com uma imaginação sem limites, Amadeu não gostava de pintar sob encomenda para não correr o risco de inibir a sua fértil inspiração. Conta-se nos corredores gazetais que, um dia, o editor desta GAZETA ao entrevistá-lo, durante a abertura de uma exposição na escola de artes, perguntou-lhe: O que você estava pensando quando pintou esse quadro? Amadeu respondeu assim ao velho amigo: Ô, Zé Bié, não fica tentando entender quadro não, sô. Quadro é assim ó: ou você gosta ou não gosta e ponto final. O Amadeu era assim – totalmente original – e até mesmo em suas obras inacabadas, que também podem ser vistas nessa exposição, ele revela a sua extraordinária capacidade de criação. Vale a pena conferir.

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