A redação GP recebeu alguns telefonemas querendo que a GAZETA informasse porque as tradicionais coroações de Nossa Senhora, que tradicionalmente acontecem neste mês dedicado à Virgem Maria, haviam chegado ao fim, no Santuário da Piedade. Para falar a verdade, a reportagem GP ainda nãos sabia do fato e correu atrás para saber se era verdade ou não. Procurado, monsenhor Paulo Pereira, mais conhecido monsenhor Paulinho, limitou-se a dizer que não dá entrevistas, uma vez que a resposta que o jornal procurava já sairia no folhetim da missa do dia 29 de abril. De posse do citado folhetim, a reportagem GP reproduz agora os trechos mais importantes do texto intitulado A Decadência de Uma Longa Tradição Popular. Confira.
“Quem frequenta assiduamente nossas celebrações, já deve ter notado que o tamanho do altar onde se concentram as crianças, junto à imagem da Virgem Maria, vem, de um ano a outro, sendo diminuído”. (…) “Outra percepção lamentável, é o desinteresse da assembleia pela coroação”. “Os ensaios são marcados e aparece um grupo diminuto de meninas, mas, no dia da coroação, surge um número maior, de forma imprevista e sem qualquer preparação para viver aquele momento”. (…) “Tais realidades têm dado a impressão de que, para muitas pessoas, o mais importante é ter uma foto a mais como troféu e não o registro de devoção à Virgem Maria”. (…) “Então, neste ano, em título de experiência, não vamos promover as coroações. Lamentamos a decisão, mas, quem sabe, tal atitude possa gerar uma reflexão mais profunda na comunidade”, cobra o texto de monsenhor Paulo.
SÓ COMPUTADOR - A reportagem GP também entrou em contato com duas importantes pessoas que também poderiam falar sobre o caso. E assim, por telefone, Magda Mendes, 75, que ensaiou, durante anos, os anjinhos da cidade para a bela coroação, disse estar pesarosa, mas concorda com o fim.
“Não é impossivel fazer a coroação, mas, nos dias de hoje, ficou dificil, pois já não existe mais aquele entusiasmo de antigamente. Hoje, tudo é ligado a computador”, diz Magda, pesarosa.
MINISSAIA - A 2ª pessoa, que participa de todas as atividades de organização do santuário, mas solicitou que seu nome não fosse citado, disse que o problema é também com as pessoas.
“É totalmente inviável você gastar com a montagem do altar para pouquíssimas crianças participarem. Ninguém vai mais... e há mães que têm a coragem de ir debaixo do altar montado, usando minissaia e salto alto, para fazer fotos de seus anjinhos. Infelizmente, essa tradição acabou mesmo, de vez”, denuncia.