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Depois de Sampa, a vez de Beagá - 11/05/2012

De volta a Pará de Minas, a atriz e diretora de teatro Cláudia Jordão, 38, tem se dado muito bem com o teatro. Recentemente, ela lotou o auditório da Escola Estadual Fernando Otávio com duas peças: Essas Mulheres e Monólogo de Uma Esposa. Agora, ela se prepara para outro monólogo, intitulado Annita Malfatti, Tornei a Liberdade de Pintar ao Meu Modo. Em conversa com a reportagem GP, ela falou, na Casa de Cultura, sobre a interessante história de vida de Anitta Malffati. Não deixe de ler. “A ideia desta peça surgiu a partir de um trabalho sobre a semana de arte moderna em São Paulo, onde eu encontrei a personagem Anitta Malfatti. Até então, ela tinha uma história sobre o Modernismo, não muito clara... sobre a importância dela para a arte nacional. Mas nem sempre, quando falavam de Modernismo, lembravam-se de Anitta Malfatti; falava-se mais de Tarcila do Amaral. Entretanto, quando eu fui fazer esse trabalho para a Semana de Arte Moderna, eu fiquei encantada pela Anitta. Descobri que ela tinha uma participação muito intensa na história da arte, uma amizade muito íntima com Mário de Andrade... Então, a partir dali, eu me apaixonei pela personagem e passei a buscar mais informações. Encontrei com a obra da professora Marta Rosseti que, talvez, seja a grande pesquisadora sobre a vida de Anitta Malffati e fui me enbasando em toda a obra da professora Marta e também buscando outras referências. Encontrei com Doris Malffati, que é sobrinha e neta dela, e que também faz menções sobre a vida de Anita. A partir de todas essas informações, nasceu o texto sobre a vida de Anitta Malfatti. Porém, eu tinha que tomar um certo cuidado para não me prolongar, porque a ideia era fazer realmente um monólogo. Quando eu terminei de escrever o texto, o diretor seria o André Castelani que é um diretor de São Paulo/SP. Só que tive que me mudar para Pará de Minas e, nessa época, eu ja tinha ido até ao IEB, na USP. Então, eles colocaram tudo à disposição em relação ao espetáculo – figurino e cenário - sobre a vida de Anita e as cartas trocadas entre Mário de Andrade e Anita. Foi muito emocionante. Lá você tem que usar até luvas, porque todo o arquivo é guardado de uma forma impecável, vi fotos que só tem lá na USP. Foi uma experiência única! Contar com todo esse apoio da USP me deu um suporte para chegar ao texto... e, até então, ninguém tinha feito nenhum espetáculo da vida de Anitta”, explica Cláudia Jordão. CASAMENTO BACANA - “Quando eu vim para Pará de Minas, o André ficou em São Paulo e a distância dificultou um pouco. Chegando aqui mostrei o texto da Anita para o diretor de cultura José Roberto. Assim que eu mostrei o texto para ele, ele se identificou de imediato, fazendo surgir ali uma sintonia de ideias. E como eu estava com dificuldade com o André em São Paulo, cheguei a conclusão de que seria impossível trabalhar com ele aqui. Aí convidei o José Roberto para assumir a direção e foi um casamento muito bacana... estamos sendo muito felizes com essa parceria,” conta a empolgada Cláudia Jordão. EM BH - José Roberto, que está ansioso com a estreia da peça, falou também com a reportagem GP. Veja. “Trabalhar com a Cláudia está sendo um prazer, porque ela é uma atriz completa; tem experiência e uma maturidade muito grande para o espaço cênico das artes. Dirigir esse espetáculo da Anitta Malffati representa um ponto importante da minha carreira, pois é a 1ª vez que eu dirijo um monólogo. Então, no início eu me basiei em Antonim Artaud para fazer esse trabalho. Nos primeiros ensaios, ela ficava amarrada com cordas, fita crepe, para que provocasse nela um tipo de desconforto e até dor para que essa Anitta nascesse de uma forma que realmente a gente gostaria de apresentar para quem assistir o monologo. Quem for a Belo Horizonte para assistir a esse espetáculo vai voltar bastante reflexivo e mais antenado,” resumiu o diretor de cultura, José Roberto Pereira. ESTREIA – “Depois de todo esse trabalho de montar o monólogo, fizemos a estreia de 2 a 4 de março em São Bernardo do Campo/SP, onde tudo começou. Fiz questão de estrear lá, pois também já tinha um público que esperava para assistir esse trabalho. Vi na plateia a professora Elizabeth, do Ieb, que tanto ajudou para que essa peça acontecesse. Ela se emocionou muito. Agora, a peça vai para Belo Horizonte/MG e espero que a resposta do público seja semelhante ou melhor. A estreia mineira acontecerá nos dias 17 e 18, 5ª e 6ª feiras, às 20H, na Biblioteca Luís de Beça, no Teatro José Aparecido, na Praça da Liberdade. No sábado, dia 19, será às 21H. Os ingressos custam R$ 24,00 e R$ 12,00. É uma historia linda, poética, lírica”. PATAFUFOS - Além de José Roberto, o espetáculo conta com a participação de alguns pará-minenses, como do músico Ricardo Rodrigues que assina a trilha sonora e algumas composições em parceria com Urbano Medeiros. A voz de Mário de Andrade foi feita pelo locutor Pedro Almeida, o conhecido Pedrinho da prefeitura. Na estreia, em São Paulo, as pessoas perguntaram se a voz era mesmo de Mário, sinal que ele fez direitinho o sotaque paulista.

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