Selo GP - Rodrigo Roreli Laço
Fundação: Francisco Gabriel
Bié Barbosa
Alcance, credibilidade e
imparcialidade, desde 84
ANO 41
Nº 2046
14/11/2024


Notícias
Notícias

Sica: mais vivo do que nunca - 25/05/2012

Na noite de 4ª feira, 16, aconteceu na Escola de Artes e Ofícios a abertura da exposição das obras inéditas do saudoso artista Raimundo de Nogueira, o Sica. O evento foi prestigiado por familiares, admiradores e amigos do artista. A reportagem GP falou com o diretor de cultura, José Roberto Pereira. Confira. “Estão expostas mais de 30 peças de acervos familiares, particulares e religiosos. Peças que encantam os visitantes. Como esta escola tem o nome de Raimundo de Nogueira, o Sica, nada mais apropriado para se ter contato com as obras desse que foi um dos maiores escultores e artistas que Pará de Minas já teve”, enaltece José Roberto. EMOÇÃO – A reportagem GP conversou também com uma das duas filhas de Sica, presentes à exposição. Veja. “Presenciei meu pai trabalhando, fazendo todas essas obras, porque a maioria foi feita em casa. Cada marteladinha que ele dava, ficou a lembrança... Meu pai aprendeu a arte de modelar e escupir com meu avô, Martim José de Faria Melo”, diz Isabel, acompanhada de sua irmã, Raimunda que, de tão emocionada, não conseguiu gravar um depoimento para os milhares de leitores GP. ARTE E SABEDORIA – Responsável por ter colocado Sica na escola de artes, a reportagem GP também falou com a ex-secretária de educação e cultura, Erna Lenir de Alcântara. Confira. “Esta peça eu consegui com o Sica, depois de uma pessoa que a encomendou não ter aparecido para buscá-la. Sica me explicou que fez este São Francisco dominando a natureza, ao redor de animais e um leproso. Interessante que ele ainda fez a observação de ter colocado corujas e um pica-pau. Disse-me que elas, por serem preguiçosas, utilizam o ninho do pica-pau para colocar seus ovos. Ou seja, ele criava, era uma verdadeira sabedoria. As peças dele só faltam falar. Ele conseguia colocar sua alma na inspiração. Como Sica morava na roça ele não tinha o devido reconhecimento de seu trabalho. Escupia com canivetes... eram peças mais rústicas. Um dia, quando frei Márcio me falou a respeito dele, eu o trouxe para a escola de artes para dar aulas. Lembro-me que ele ainda brincou comigo, dizendo: - Como eu vou ser professor, se não tenho muitas instruções? Então, eu lhe disse: - Sica, sua arte é uma sabedoria, revela Lenir Cunha como é mais conhecida. QUADRO - No fim da exposição, o momento mais esperado da noite, quando Dagmar, Helena Honório e o professor de desenho, Du Alves fizeram uma homenagem em desenho com o rosto de Sica. O trabalho foi colocado em uma das paredes da escola, em reconhecimento de seus alunos, professores e população.

Colunistas