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Uma vida de muitas lutas e orações - 08/06/2012

Na noite de 5 de junho, 3ª feira, foi realizada na sede do Rotary Club de Pará de Minas, no bairro São José, a 39ª solenidade do Mãe Pará-minense, seguida de coquetel para os presentes. Uma noite que, com certeza, ficará marcado para sempre na mente da homenageada deste ano, Maria da Conceição de Souza, bem como de todos os seus filhos (foto). O mestre da cerimônia foi o padre Edmar Souza, quando o rotariano discursou em nome desse clube de serviços. Em seguida, padre Edmar, filho da homenageada, agradeceu em nome da grande família Souza. Leia agora o texto criado por sua neta, Mariana, filha de Eli Pereira Souza e Iolanda Silva Pereira de Souza, ao fazer a inscrição de sua querida avó nesse tradicional concurso patafufo. QUEM É ELA? “Maria da Conceição de Souza é a 4ª filha da família de 7 filhos do casal Maria Elvira Moreira e Domingos Pereira Oliveira. Nasceu em Tavares/MG, em 8 de dezembro de 1933, onde viveu e cresceu. Logo na infância, aprendeu os afazeres domésticos. Cuidava da casa, dos porcos, da horta, cozinhava, passava e lavava roupas. Apesar do trabalho exercido na época de brincadeiras, ela encontrava um tempinho para fazer melado na caixinha de fósforo com as amigas Nina, Deth e Marialta. Na infância, já era muito religiosa, frequentava as missas e as rezas que aconteciam na igreja. Jovem, ela, suas irmãs e amigas iam a pé e descalças até Pará de Minas. Para economizar nas solas, calçavam os sapatos apenas quando chegavam à cidade. Ao chegar, elas vendiam verduras, biscoitos e palha caramujada. Tudo o que recebia, guardava para comprar o tão sonhado paletó de flanela e fazer permanente nos cabelos, apesar dos xingamentos de seu pai. Aos 16 anos, ela conheceu o seu futuro esposo, José Gercino de Souza, na porta da igreja de Tavares. No 1º encontro, seu irmão os viu juntos e contou para o seu pai que chamou imediatamente o pretendente e o pressionou, perguntando: - Esse namoro vai dar em casamento? Após essa conversa, o namorado saiu e foi direto à igreja para marcar o casamento para o dia 5 de janeiro de 1950, 6 meses adiante. Casaram e continuaram em Tavares, onde nasceram os seus 3 primeiros filhos: Eli, 60, Maria, 58, e Danilo 56. Depois, mudaram-se para Pará de Minas, a pedido de sua mãe que estava residindo aqui e se sentia muito sozinha. Então, Maria da Conceição, o marido e os filhos vieram morar nos fundos da casa de sua mãe, Maria Elvira, na rua Coronel Domingos. Nessa mesma época, José Gercino começou a trabalhar em carvoeira, chegando a ficar até um mês fora de casa. Maria da Conceição começou, então, a lavar roupas no ribeirão Paciência (quando ele era limpo) e a passá-las para ajudar no sustento da casa. Em Pará de Minas, nasceram os outros filhos: Aparecida, 52, Nilo (faleceu aos 6 meses), José Gercino Filho/Zezinho, 49, Hilton, 47, Evaldo, 44, Eduardo, 41, Édna, 40, Edmar, 38, e Édson, 37. Muito dedicada, trabalhou duro para a educação, criação espiritual e profissional de cada um de seus filhos; ensinou a cada um que com honestidade, trabalho e fé todos venceriam na vida. Sempre muito católica, os reunia na sala onde, todos os dias, rezavam juntos o terço. Até os pequeninos, que mal sabiam falar, tinham de rezar. Após a morte de sua mãe, Maria da Conceição, o marido e os filhos mudaram-se da rua Coronel Domingos, morando de aluguel por muitos anos. Quando foi construído o conjunto habitacional na Vila Maria, eles adquiriram a casa própria. Lá viveram anos felizes até que seu marido, aos 59 anos, foi diagnosticado com o Mal de Alzheimer e, na época, não havia recursos para o tratamento. Foram 4 anos de luta e dedicação, por parte dela e dos filhos, até que no dia 25 de outubro de 1990, José Gercino faleceu aos 64 anos. Sem o marido, Maria da Conceição continuou na labuta para criação dos filhos. Ela é uma mulher serena e calma, seu olhar e sua voz trazem tranquilidade a todos que estão à sua volta. O que ela mais gosta de fazer é rezar e receber os filhos, netos e bisnetos em sua casa, onde sempre tem uma comida deliciosa. Adora viajar para Aparecida/SP, Curvelo/MG, Congonhas/SP, Leandro Ferreira/MG e Caldas Novas/GO. Hoje, a maioria dos seus filhos constituíram famílias e alguns são conhecidos na cidade pelos bares e restaurantes, onde servem deliciosos petiscos, fruto da experiência transmitida pela mãe, que também se sente muito feliz e realizada com seu filho Edmar, ordenado padre em 15 de julho de 2005 e, atualmente, pároco em Cláudio/MG”.

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