Homem contou ter flagrado empregado estuprando a filha dele de 5 anos.
'Morte é justificada para parar um ataque sexual', disse procurador do caso.
Um tribunal do Texas, nos Estados Unidos, decidiu não acusar formalmente um pai que bateu até matar num homem que flagrou abusando da filha menor dele.
“Sob a lei, a morte é justificada para parar um ataque sexual”, disse o procurador do condado de Lavaca, Heather McMinn, segundo o “Yahoo News!” “Todas as evidências apresentadas pela polícia indicam que foi o que aconteceu quando o pai da vítima chegou ao local.”
A decisão lida pelo procurador diz ainda que “um substancial conjunto de evidências” ligam os relatos de testemunhas ao do que o pai contou ter ocorrido no dia do crime.
Jesus Mora Flores foi agredido até a morte no último dia 9 em Shiner, Texas, após o pai, de 23 anos, ter flagrado o homem, de 47, em um pasto no rancho da família, em cima da filha dele de 5 anos com as calças abaixadas.
O Yahoo News não revela os nomes do pai para proteger a identidade da filha.
Uma testemunha que contou ter visto Flores, mexicano que trabalhava legalmente no rancho, “carregando à força” a menina para uma área isolada do rancho, alertou o pai. Ele seguiu os gritos da filha até o pasto, atacou Flores e lhe infringiu “diversos golpes na cabeça e pescoço”.
Após o ataque, o pai ligou para o serviço de emergência. “Eu preciso de uma ambulância”, disse ao atendente, de acordo com as gravações divulgadas pela polícia. “Esse cara estava estuprando minha filha e eu bati nele e não sei o que fazer. Esse cara está morrendo na minha mão e eu não sei o que fazer”, disse, gritando, na ligação de cinco minutos.
Equipes de emergência, assim como o avô e uma tia da menina, tentaram reavivar Flores, mas não conseguiram. O delegado do condado de Lavaca, Micah Harmon, disse que encontrou o pai chorando, dizendo que não tinha intenção de matar Flores.
“Ele é uma alma pacífica”, disse a advogada do pai, V’Anne Huser. “Ele não tinha intenção de matar ninguém naquele dia.”
O caso levantou um intenso debate nos EUA sobre se a morte foi justificada. Moradores de Shiner, com uma população de apenas 2 mil habitantes, apoiaram a atitude do pai.
“Eu acho que foi uma decisão certa”, disse Lamont Matthews. “Eu teria feito a mesma coisa.”
“O pai aguentou o bastante. A menina pode ficar traumatizada para sempre, e o pai, também, pelo que aconteceu. Ele estava protegendo a família dele. Qualquer pai teria feito o mesmo”, disse Gail Allen, outro morador, à agência de notícias Associated Press.
“É muito triste que um homem tenha morrido, mas acho que qualquer pessoa teria feito o mesmo”, pondera Michael James Veit.
“Em nossa opinião, essa história está encerrada”, disse a advogada do pai.