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Uma ONG para combater a droga na cidade - 21/06/2012

A GAZETA divulgou na edição anterior a esta, na coluna Giro Policial, o assassinato à queima roupa de Antônio Geraldo Reis da Silva. Agora, a reportagem GP esteve na residência da família, no Recanto da Lagoa, quando a viúva Irilda Gomes, 47, auxiliar administrativa da prefeitura, falou tudo sobre os últimos momentos vividos com o marido que completaria 52 anos, 7 dias depois, no último dia 15. Não deixe de ler. “Na 5ª feira, feriado do dia 7 de junho, um dia antes de tudo acontecer, a gente saiu e ele estava muito tranquilo. Ele estava me dando algumas instruções para andar de moto, porque eu tirei a carteira há pouco tempo, mas eu ainda nem andei. Então, ele queria tirar o meu medo, me motivando. Então, ele saiu comigo de moto, pela 1ª vez, para eu pegar o jeito. Quando a gente chegou em casa, ele queria sair de novo para continuarmos a dar umas voltas, mas eu falei pra ele que não. Aí, fomos ver um filme, porque ele gostava muito de filmes. Depois, ele foi deitar para acordar cedo no outro dia, porque ele teria carga horária dobrada, uma vez que o outro vigia pediu para ele ir trabalhar no lugar dele. Minha última conversa com ele foi antes dele ir deitar. No outro dia, 6ª feira, 8, dia da morte, ele acordou e foi pegar serviço, às 6H da manhã. Todos os dias eu acordava com ele levantando… não sei o que aconteceu, mas exatamente nesse dia ele foi trabalhar e eu não vi ele acordando”, soluça e chora Irilda. COMO TUDO ACONTECEU – “Cada um fala uma coisa, mas o que eu estou sabendo é que ele estava trabalhando, na guarita, que é fechada com vidros blindados, quando chegaram 3 bandidos, sendo que um deles chamou ele lá na porta pelo nome. Dois eram funcionários da Francap e estavam usando o uniforme da empresa. Comentam que ele não deveria ter aberto a porta, mas como os bandidos estavam uniformizados, ele deve ter pensado que tinha que abrir a porta. Aí, ele abriu a porta e o bandido empurrou ele, anunciando um assalto. Aí, ele tentou entrar para o banheiro, mas o bandido foi pra cima dele e atirou 3 vezes, antes dele fechar a porta. Um tiro pegou na cabeça dele, perto da orelha direita, e ele caiu. Para tirar o corpo dele de dentro do banheiro foi uma dificuldade, porque o banheiro é pequeno. Tiveram que arrancar a porta. Na hora dos tiros, os 2 ladrões que estavam do lado de fora correram, mas o que estava do lado de dentro ficou preso, porque a porta não abria. Só depois de 5 a 7 minutos foi que ele consegiu fugir. Aí, apareceu uma funcionária que viu o sangue escorrendo debaixo da porta. Me disseram que ela chamou por ele e que ele ainda estava com vida... mas não sei, não, porque tiro na cabeça”… A DOR – “Não tem explicação para essa dor. Só não me derrubou de vez, porque tenho os filhos para continuar a vida… não tem como parar. Na hora, a gente pensa que não vai conseguir, mas Deus dá força, é uma coisa inexplicável. É tudo muito difícil”. A JUSTIÇA – “O Geraldo não tinha inimigos, ninguém perseguia ele. Quero a justiça de Deus e a justiça dos homens, porque uma pessoa que faz uma coisa dessas tem que ser punida. São pessoas inconsequentes, sem compromisso com a vida. Não sei o que passa na cabeça de pessoas assim. Se querem roubar, coisa que não é certa, que roubem, mas não podem matar os outros, não”! A VIDA DO CASAL - “Convíviamos muito bem. Ele era apegado aos filhos e demonstrava gostar muito de mim. Sempre foi batalhador, sonhava com uma vida melhor, em dar para a família uma casa boa. Enfim, ele se preocupava muito com o bem-estar da família. Quando viemos morar aqui no Recanto, essa área não era muito boa, mas, como hoje a rua já está toda arrumada, ele estava com planos para melhorar nossa casa. Já tinha até encomendado material de construção... Nossa, toda hora que eu chego ali, no quintal”… (fala interrompida por choro e soluços).

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