Na edição GP de nº 1402, esta GAZETA noticiou que a pará-minense Lorena Marinho Duarte, que trabalha como desginer gráfico na Greco Designer, em Belo Horizonte/MG, iria a Cannes/França concorrer com jovens do mundo inteiro, a um Leãozinho. Agora, de volta ao Brasil, ela contou com exclusividade para a reportagem GP sobre as experiências adquiridas naquele país. Não deixe de ler.
“Cannes, que já é uma cidadezinha famosa pelo Festival de Cinema, abriga também outro grandioso evento: o Cannes Lions - Festival Internacional de Criatividade. Esse é o maior festival de criatividade do mundo e recebe milhares de profissionais da área, todo o ano. Seu prêmio (o famoso leão) é o mais cobiçado por agências e profissionais do mundo criativo. Há também uma competição durante o evento para jovens de até 28 anos, a chamada YCL - Young Lions Competition. Por ter sido a vencedora do YLC Brasil, fui selecionada para representar o nosso país nessa competição, na categoria design”, resume Lorena.
COMO É A CIDADE? - “Ansiosa para competir e desfrutar deste tão famoso festival, fiz minhas malas com a certeza de que iria dar o meu melhor. Em pleno verão, céu aberto e sol forte, as praias da região ficaram lotadas. Hotéis e lojas finas como o da Louis Vuitton, Channel e Dior cercam a avenida principal da cidade e iates luxuosos ancorados no porto chamam a atenção de quem passa. Como o próprio nome de um deles já diz (One More Toy) eles são apenas mais um brinquedinho para os afortunados da região. Homens e mulheres muito bem vestidos caminham elegantes pelas ruas estreitas da cidade, pelas grandes avenidas, pelos bares e cafés, tanto de dia quanto á noite. Naqueles dias, a cidade respirava criatividade. Palestras, workshops e exibições aconteciam a todo o momento nos auditórios e salões do Palais des Festival”.
35 HORAS SEM DORMIR - “A minha competição aconteceu no 2º dia do evento e foi bem cansativo. Tínhamos que criar a identidade visual da plataforma Opportunity Knocks (A oportunidade bate à porta), um site para Young Lions inscreverem o seu portifólio e currículo para que grandes empresas e profissionais do mercado criativo busquem jovens talentos. Trata-se de uma grande oportunidade para aqueles que estão iniciando a carreira. Foram 35 horas sem dormir e 12 horas de competição. Discussão do briefing, brainstorming, pesquisa de referências, raf's, construção da marca e suas aplicações. A competição acontece em duplas, mas só tínhamos um computador disponível para a execução do trabalho, o que dificultou um pouco o processo. Foi difícil, mas fomos até o fim. Não ganhamos a competição, mas só de estar ali, competindo com os melhores jovens da área já foi um grande feito. Não voltamos com a medalha, mas adquirimos uma enorme experiência”.
AVALIAÇÃO – “O melhor do festival foram as cerimônias de premiação. Para os criativos, o Leão é como o Oscar para os que trabalham com cinema. É a confirmação de um trabalho de excelência. A premiação, ao meu ver, foi bem justa. Projetos extraordinários e impecáveis muitas vezes foram ovacionados de pé pela plateia e nos fez voltar com a cabeça fervilhando de ideias. O que trouxe comigo desses 8 dias em Cannes foi de que não importa qual é o seu cliente ou o quão grande é a sua empresa; basta ter uma grande ideia, acreditar nela e executá-la com perfeição”.
BRONZE – “Um dos momentos mais esperados era a divulgação dos shortlists, uma seleção dos melhores trabalhos de cada área, todos aptos a disputarem o ouro, a prata e o bronze na cerimônia de premiação. Entrar para o shortlist já é um grande alcance, uma vez que milhares de trabalhos do mundo inteiro são enviados para a avaliação dos jurados. Com orgulho, um projeto inscrito pela Greco Design, empresa onde trabalho, foi além de shortlist bronze em sinalização na categoria design. E assim, a Greco trouxe para Minas Gerais o 1º leão de design, um grande feito, visto que estávamos concorrendo com empresas como a Audi”.
