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De volta aos tempos negros da ditadura - 30/08/2012

Antes de dar início ao Grande Papo, sempre acontece a apresentação de um número artístico cultural da cidade para dar uma esquentada na plateia. No último evento, realizado no dia 17, no Colégio Técnico São Francisco de Assis, com o tema Liberdade de Expressão (veja matéria nesta mesma página), a GAZETA apresentou o ativo grupo de teatro da própria escola, quando a professora e atriz Cláudia Jordão montou e dirigiu um esquete de 6 minutos sobre a ditadura. Em conversa com reportagem GP, ela resumiu o que foi trasmitido ali naquela noite. Fique por dentro. “A direção da escola pediu que fosse preparado algo ligado à Liberdade de Expressão. Automaticamente, o que veio à nossa cabeça foi o antônimo desse termo: repressão. Como não havia muito tempo para preparar esse trabalho, optei por uma peça sem fala, apenas com gestos, quando decidi fazer algo sobre a ditadura. Mas que não fosse passado de forma tão intensa quanto foi a Ditadura Militar, porque foi muito pesado. Quando fui pesquisar sobre o roteiro, encontrei músicas que falavam muito mais que qualquer palavra dentro de um texto. Por isso, a escolha da encenação só gestual e com uma maquiagem em que todos estivessem com o mesmo sembrante, porque eu acredito que todos que passaram por aquele momento da nossa história tinha a mesma fisonomia; isso, sem falar no preto, porque ele representa o luto para que essa história esteja realmente morta e nunca mais retorne. Quando fui trabalhar com os alunos, eu disse que eles não poderiam rir e que deveriam manter um semblante muito sério, porque foi um momento muito triste de nossa história. Vocês estarão representando pessoas que morreram, que infelizmente deram a cara para bater e sofreram consequências com isso. Eles só queriam a liberdade para falar, colocar para o Brasil o que estava sendo feito, mas eram torturados. A ideia foi essa: trazer essa história negra do nosso passado, em 6 minutos, através, principalmente, dos gestos dos alunos e das músicas, que eram censuradas. E encerrar com a nova Constituição, onde o país começou a respirar novamente. Paramos aí, porque hoje a liberdade de expressão é um termo muito complexo, como o próprio advogado Ronaldo disse, você pode fazer tudo, mas tem de arcar com as consequências de tudo que faz. Durante a peça, percebi que não só eu me emocionei, mas boa parte da plateia ficou curiosa e também se emocionou e isso foi uma resposta muito positiva para mim”, avalia Cláudia Jordão.

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