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Seminário traz a cidade ex-advogado do caso Bruno e Eliza Samúdio - 30/08/2012

A Secretaria Municipal de Ação Social, juntamente com a, de Educação realizaram durante no último dia 23, na Fapam, o 1º Seminário de Dependência Química na Adolescência. O importante evento aconteceu em parceria com o Instituto Ajudar, uma associação formada por profissionais com experiência em desenvolvimento social e jurídico. Ele atua em projetos sustentáveis, promovendo atividades de caráter jurídico, científico, cultural, assistência social, bem como atividades voluntárias, que visam possibilitar a reflexão sobre essa atual temática que tanto preocupa a sociedade. Entre os palestrantes estavam Aline Dufan, representando o advogado Stanley Gusmão, presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Criança, Adolescente, Jovem e Idoso da OAB – Ordem dos Advogados do Brasil, seção MG, o advogado Ércio Quaresma, que já fez a defesa de Bruno, no caso Eliza Samúdio, e o psicólogo, especialista em saúde mental, Anderson Marcos. Durante o evento, houve a participação do Pro Batuque, grupo formado por socioeducandos do Programa de Atendimento ao Adolescente e à Criança e do ProJovem Adolescente, coordenados pela Secretaria Municipal de Ação Social. A FAMÍLIA EM 1º LUGAR - O 1º a falar com a reportagem GP foi o advogado Ércio Quaresma. Confira em resumo o que ele disse. “Foi um privilégio ser convidado para participar desse seminário, por causa, também, da minha própria experiência devasta com o crack. O meu exemplo, entendo, serve como paradigma para a juventude, para os educadores, no sentido de que você colhe bem se semear bem. O meu exemplo é de superação, mas na maioria das vezes, os casos são de morte ou suicídio. A droga em geral campeia na sociedade, desde os primórdios. Hoje, virou uma pandemia. Nós abrimos esse seminário para provar que vale a pena trabalhar com esse tipo de empreitada, que você pode recuperar aquele que se entregou ao vício das drogas. Então, como meu exemplo pessoal, nós estamos lançando uma semente aqui e esperamos que ela venha a frutificar o trabalho dessas pessoas fantásticas do setor da educação, da assistência social e do universo acadêmico, visando a recuperação daquele que, infelizmente, caminhou para as cercanias das drogas. A droga não é só uma questão de segmento social. Já tivemos casos de um policial militar e de um major da PM com crack e ainda um caso de juiz de direito com problema de êxtase. As drogas não estão só em gueto, em favela. Está na zona sul, na zona norte, está na elite, está baixo clero, está em todo e qualquer lugar. Então, temos que enfrentar e recuperar aquele que se entregou às drogas e a principal dica para quem quer sair disso é a família. Minha mulher foi preponderante na minha recuperação. Ela me deu o alicerce para poder me levantar novamente. Ela teve o dissabor de me ver caído, sendo filmado usando crack, mas foi também a pessoa que me estendeu a mão e disse para eu sair daquele buraco. Então, a família em 1º lugar. Depois, você tem a sociedade civil organizada e o poder público”, revelou o advogado Quaresma que também comentou sobre o caso Bruno/Eliza Samúdio. PROJETO PIONEIRO – A reportagem GP também falou com Aline do Fan. Veja. “Este seminário é uma continuação de um processo de Pará de Minas. Em 2010, a cidade participou, no Instituto Ajudar em Belo Horizonte/MG, de uma comemoração dos 20 anos do ECA; depois, estivemos aqui, em junho de 2011, quando aconteceu o 1° ECA em Movimento; ainda neste ano foi realizado o 2° ECA em Movimento, onde teve uma ampla discussão, quando o doutor Staley Gusmão presenteou Pará de Minas com esse 1º seminário. Então, estamos aqui propondo uma conversa, uma construção com os atores sociais, educadores, conselheiros para que possamos construir, de fato, algo sobre a dependência que é um tema tão difícil, ainda mais na adolescência. Conhecemos no 2° ECA em Movimento o Nead - Núcleo de Estudo de Álcool e Drogas, projeto pioneiro de acolhimento familiar, onde são feitas visitas domiciliares aos familiares de dependentes químicos. São atendidos crianças, adolescentes e adultos, quando é feito um tratamento e um acompanhamento de perto com os familiares que também tem o apoio do Cread - Centro de Referência em Álcool e Drogas em Minas Gerais”, contabiliza Aline. “É ISSO MESMO”? – Veja agora o que disse Régis Espíndola, cordenador do Creas - Centro de Referência Especializado de Assistência Social. “Sabemos que não vamos sair daqui com respostas prontas, com fórmulas exatas, mas vamos sair daqui com o sentimento do trabalho que está sendo feito e com o repensar: O que estamos fazendo? É isso mesmo? Aqui, temos a oportunidade de ter a confirmação que os problemas e as aflições são os mesmos em todos os lugares e a confirmação que o trabalho está sendo feito”, comemora Régis. VISÃO MELHORADA – Como não poderia deixar de ser, a reportagem GP também falou com a secretária de ação social, Maria Angélica Varela Franco. “Esse seminário é bem restrito, pois apenas 50 pessoas puderam participar. Tivemos que fazer uma triagem, quando escolhemos somente os técnicos (psicólogos e assistentes sociais) para participar e alguns técnicos da saúde. Sempre que acontece um seminário, alguma coisa muda, algum comportamento muda. Você passa a ter outro tipo de visão”, lembra Gequinha, como é mais conhecida.

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