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Nº 2046
14/11/2024


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Mais um súbito adeus - 30/08/2012

A reportagem GP entrou em contato telefônico com o delegado aposentado, Osvaldo Ramalho, viúvo da bibliotecária aposentada Lídia Coutinho, 74, falecida no último 20, 2ª feira, para que ele concedesse uma entrevista sobre os tristes detalhes de mais uma súbita morte ocorrida na cidade. A entrevista foi marcada para o dia 24, 6ª feira, às 9H, na residência do casal, onde a GAZETA foi recebida por Osvaldo, visivelmente arrasado. Porém, quando a reportagem GP ligou o gravador para dar início à gravação, a emoção e a saudade da esposa querida falaram mais alto, deixando Osvaldo totalmente emocionado, quando muitas lágrimas derramaram sobre a sua face. A pedido dele, a reportagem GP desligou o gravador e entrevista não foi realizada. Porém, através de uma conversa informal, Osvaldo contou que a esposa não gostava de velórios, pois achava um desrespeito as pessoas ficarem de conversas fiadas. Disse também que era desejo dela ser velada em casa, e não em velório, e, depois, ser cremada. Apesar do velório ter sido realizado no Velório Municipal de Pará de Minas, o desejo dela de ser cremada foi atendido, quando seu corpo foi levado para um crematório em Contagem/MG. PRESSENTIMENTO? - Osvaldo comentou ainda que a esposa estava muito feliz, nos dias que antecederam a sua morte, quando encontrou com diversas amigas e fez todas as coisas que sempre gostou. Verdade, porque no velório, a juíza Dêmia Santos, por exemplo, comentou com a reportagem GP que Lídia esteve em Belo Horizonte, exatamente uma semana antes, quando dormiu em seu apartamento. Já as amigas Adélia Salles e Neide Assunção disseram que na 6ª feira, 17, Lídia as convidou para um alegre jantar em um restaurante de Pará de Minas. CORPO E ALMA - Diante da falta da entrevista, esta GAZETA, como forma de prestar uma última homenagem a Lídia publica o texto abaixo, intitulado O Que é Bom é Para Sempre, de autoria da jornalista Malluh Praxedes que o enviou ao jornal. Não deixe de ler. “É sempre assim: o que é bom, acredite, durará uma eternidade. Aquele 1º beijo de amor. Dá para esquecer? Aquela música cantada ao pé do ouvido direito, enquanto dançavam apaixonadamente e cheios de tesão. Quem consegue esquecer? Tom Jobim, Elis Regina, Raul Seixas, Dolores Duran, Dorival Caymmi, Cazuza, Cartola, Noel e Guimarães – ambos Rosa – desapareceram de tuas vidas? Então, a razão é uma só: são geniais esses moços e essas moças. A vida é assim e ponto. Então, de repente morre uma pessoa que a gente adora e aí entramos num mar de sofrimento que não tem lágrimas que acabem. A vida da gente vira um inferno, sem sono, sem fome, sem tesão pra nada. Aí eu te pergunto: - Valeu a pena conviver, não valeu? Não é por isso que tu estás aí sofrendo horrores? ... Pois experimente suavizar a dor. Imagina que agora, apesar da saudade que só vai aumentar, você terá apenas as boas lembranças para conviver. Agradeça a teu Deus por ter tido o privilégio de poder desfrutar de tanta alegria, generosidade, conhecimento, amizade, amor, inteligência e todos os outros predicados que esse ser deixou cravado em ti. Pois agora eu penso assim. Sofrer é inevitável, mas as perdas o são também. Pare para se interrogar: - Será que aproveitei o suficiente? - Onde foi que errei? - O que ficou faltando? - E agora? E agora? Não tenho resposta alguma, mas pra mim eu encontrei uma que tem sido preciosa demais: assim que as lágrimas cessam, começo a conversar com Aquele lá de cima e passo a pedir serenidade, compreensão e faço o meu agradecimento. E eternizo tudo. Jamais deixarei de agradecer o pai que tive; a mãe que me acolheu em seu ventre; aos irmãos que dividiram dúvidas, medos e superamos tudo para vivermos em paz; aos amigos que me acompanham: aos que surgem e os que se vão; aos amores que me ensinaram a amar e com quem aprendo ainda, a cada dia; aos professores que pacientemente me mostraram novas soluções para todas as minhas dúvidas; aos terapeutas que me ouvem e me falam; aos médicos que me emprestam seus ensinamentos para me mostrar novas soluções; aos que partiram dessa vida e me deixaram aqui para relembrar os bons momentos vividos a dois, a três por quatro, mas que dividimos histórias vividas com força e coragem. Então peço licença para falar que recentemente perdemos uma amiga querida de nome Lídia Coutinho Marinho. Uma pessoa alegre, autêntica, criativa e criadora de amizades. Sabia como poucos manter a chama acesa. Sem medo algum de ser feliz e de ser o que sempre foi: terna. Então, mesmo com um nó na garganta, penso e agradeço ao Homem lá de cima: - Obrigada, obrigada, obrigada! Vai o corpo e fica a alma. E é assim que eu quero me lembrar dela: alma boa, sim”?!

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