Na noite de 2ª feira, 27, aconteceu no Sindicato Rural, a entrega dos certificados do PAS – Programa de Alimento Seguro, quando diversas empresas pará-minenses receberam a certificação, através de uma parceria firmada entre o Sebrae e a Ascipam. Durante o evento, o conhecido palestrante, o jornaleiro, nordestino Jussier Ramalho, conhecido por ser criativo, ousado e guerreiro, figurando na lista dos 100 Melhores Palestrantes do Brasil, ministrou uma ótima palestra. Porém, minutos antes, ele conversou com a reportagem GP. Não deixe de ler. “Sou uma pessoa simples. Em Natal/RN, cidade onde moro, sou jornaleiro; tenho uma banca de jornais. Nas minhas palestras pelo Brasil inteiro, sempre sinto que não importa de onde você veio, que negócio você tem ou que profissão você exerce. O que importa é onde você quer chegar. Como a minha banca de jornal é pequena e fica no meio da rua, foquei primeiramente no cliente do meu bairro, depois no cliente da minha comunidade, depois da minha cidade, do meu estado, do meu país e agora para o mundo inteiro. Isso, porque, no próximo dia 30 de setembro, uma empresa americana chamada Cáliper Gestão de Talentos vai lançar um livro em Nova Jersey, dizendo como Contratar os Melhores do Mundo, onde eu, jornaleiro de Natal/RN, lá na esquina do continente onde o vento faz a curva, fui escolhido entre milhares de pessoas para compor esse livro. É um livro de lançamento em comemoração aos 50 anos da Áliper e eu vou estar junto de grandes celebridades, nesse livro. Então, euzinho digo: atendimento, simplicidade e encantamento fazem as pessoas se fidelizarem. Por exemplo: você está me entrevistando para os leitores da GAZETA que são os seus clientes. Aí, você faz uma matéria diferenciada e os leitores, ao lerem, entenderão que você tentou fazer algo diferente. Aí eles se fidelizam ao jornal”, esclarece Jussier. DESFILE DE VOVÓS - “Hoje quando andei na cidade, visitei alguns restaurantes, algumas lanchonetes, algumas lojas, onde eu sempre dizia que para encantar alguém não precisa fazer coisas mirabolantes. Basta que você faça o simples, mas que faça o simples com gosto. Fazendo isso, você encanta o cliente e quando você o encanta, você o fideliza, Fidelizando-o, você ganha dinheiro. Exemplo: uma vez por mês eu faço na minha banca uma sacada de marketing. Convido algumas cliente minhas que são avós para um desfile no fim de semana, convido 30 ou 40 vovozinhas. Você acha que uma avó vai desfilar sozinha? Não. Ela leva a família, leva pelo menos mais 10 pessoas. Ou seja, além dessas 30 avós, vamos ter mais 300 pessoas no entorno da minha banca vendo a avó desfilar. Aí, elas vão comprar água, sorvete e até as minhas revistas. Isso é uma coisa bem simples de se fazer, não custa nada. As roupas apresentadas por elas são de algumas boutiques que eu convido. O que eu proporciono é só um momento para aquelas idosas fazerem um desfile que elas não estavam acostumadas a fazer. E isso faz com que você surpreenda, não só aquela pessoa, mas todos que passam por ali. Isso é você agregar. E quando você agrega, você ajunta, você surpreende”! FAÇA SEU TEMPO – “Hoje, as pessoas estão num estresse tão grande que saem de casa para comer comida caseira. Existe coisa mais incoerente que isso? Sair de casa para comer comida caseira é uma incoerência. Isso acontece, porque estamos tão internetados, tão plugados, tão estressados num mundo que a gente não se atenta a pequenos detalhes, como sentar-se em casa por exemplo, sem ter a tv ligada. Como é importante você chegar em casa e jantar e poder conversar com a família, com os filhos, com o neto, com o sobrinho, seja lá com quem for. Como é importante você bater papo com as pessoas da sua família. Às vezes, a gente passa 5 dias fazendo refeição no mesmo lugar sem conversar, porque estamos o tempo todo querendo ler o jornal, ver uma notícia ou um programa na tv. Gente, temos que ter tempo para tudo: tempo para a notícia, tempo para o jornal, tempo para a leitura e tempo também para a família. Apenas assim, a gente consegue ter solidez na vida. Tendo solidez familiar, você fica mais feliz”! PARÁ DE MINAS - “Cheguei a Pará de Minas, fui almoçar e dei uma volta pela cidade. As ruas são limpas com exceção da campanha política com tantas fotos. Isso é poluição visual. Visitando algumas lojas, senti a necessidade de um treinamento maior, um investimento maior na parte de atendimento. Alguns empresários acham que treinar um funcionário é gastar dinheiro, quando na verdade é investir dinheiro. Na minha banca, algumas pessoas dizem: - Você vai treinar mais uma pessoa? Daqui a pouco, outra pessoa vem e tira esse seu funcionário. Aí, eu apenas respondo: - E daí? Se eu não treinar, vou ficar com um funcionário sem instrução. Prefiro que ele fique 2 ou 3 meses comigo, com treinamento e bem esclarecido, do que 6 meses sem nenhuma técnica, sem nenhum conhecimento. Por isso, eu treino, eu mostro. Mas eu dou o exemplo, porque não adianta ensinar, se você não fizer. Ensinar o que se sabe e praticar o que se ensina”. FEIO E POBRE - “Quando eu cheguei aqui no Sindicato Rural, com a Lisiane Marinho, do Sebrae, ela me pediu para ajudar a trazer uma caixa com folders. Quando fui pegar essa caixa, tinha um prego que furou a minha mão. Aí, me sentei no chão, peguei uma pedra e amassei o prego para não furar mais ninguém. Ou seja, dei exemplo para muitas pessoas que estavam me olhando e pensando: - Por que será que o palestrante está fazendo isso? É isso que eu quero mostrar para as pessoas. Você que está me entrevistando para a GAZETA não pode, por exemplo, quando estiver passando por um lugar e ver um cesto fumegando, por causa de um cigarro que foi jogando aceso ali, deixar isso de lado, porque você não tem nada com isso. De repente, aquela pequena chama vira um incêndio e pega fogo em tudo. Temos que ter habilidade, consciência de que nós temos uma função dentro de uma empresa, mas, juntos, nós somos a empresa. Então, não temos que fazer apenas a nossa função, porque quem faz apenas aquilo que é pedido, só ganha aquilo que é prometido. Não ganha mais nada. Para que você possa ganhar mais é preciso fazer mais. Levo sempre essa frase comigo, em todas as palestras: - Nascer feio e pobre é consequência do destino, mas morrer pobre e feio é incompetência e uma preguiça danada” (riso).