Na edição anterior a esta, a coluna Giro Policial, página 9, divulgou uma ocorrência policial, com chamada na 1ª página, intitulada Mistério na Morte de Bebê, no P.A. Ali, o Boletim de Ocorrência deixou alguns leitores entenderem que o bebê Miguel Augusto Alves Barbosa, 7 meses, poderia ter sofrido maus tratos de seus pais. Esses leitores, como não poderiam deixar de ser, ligaram para o jornal, solicitando que o caso fosse averiguado pela reportagem GP. E assim, encontrou Geraldo Alves Barbosa, 46, avô do bebê morto que esclareceu tudo para a GAZETA. Não deixe de ler. “Quando recebi a notícia da gravidez da minha filha Laís, foi como se eu estivesse ganhando um novo filho. Foi amor total, porque quem é avô sabe que os netos são os segundos filhos. Então foi motivo de muita alegria na minha casa pra todo mundo. Mesmo ela tendo apenas 17 anos, aceitamos de coração. Pouco após o Miguel nascer, a Laís e o Marco Aurélio resolveram se casar. Eu e minha esposa fomos ao cartório e autorizamos o casamento deles”, resume Geraldo. PNEUMONIA - “Minha filha e seu marido me disseram que o Miguel acordou no dia 21 de outubro, domingo, por volta das 5H, mamou e dormiu de novo. Por volta das 9H, o Miguel acordou de novo, mas eles notaram que ele estava molinho, não estava uma criança normal. Foi quando eles chamaram os bombeiros. A criança foi, então, para o P.A., no carro do Corpo de Bombeiros. Chegando no P.A., ele foi atendido. Aí, uma médica, acompanhada de outros médicos, nos chamou em um lugar reservado e disse que a criança já havia chegado lá morta e que não poderia ser atestado o motivo do óbito da criança, porque seria, como eles denominam, um falecimento em domicílio. Então, deveríamos aguardar uma necropsia que só poderia ser feita 6H após a morte. Aí, veio um perito de Itaúna/MG que fez a necropsia e atestou que a morte foi devido a uma pneumonia no pulmão direito”. O entrevistado mostrou para a reportagem GP o atestado de óbito. MAUS TRATOS? - “Alguns dias depois, eu recebi informações que algumas pessoas estavam dizendo que a morte do Miguel tinha sido por causa de maus tratos. É com muita tristeza que recebi essa notícia, porque é muito fácil jogar pedra no telhado dos outros, mas todo mundo tem telhas de vidro. Existem pessoas de bom coração, mas existem pessoas que tem o coração muito frio para poder ficar falando esse tipo de coisa. Foi dito que haveria, inclusive, um processo no Conselho Tutelar, coisa que não existe. As pessoas falam demais. Deveriam procurar saber antes de sair por aí atirando pedras... Por outro lado, agradeço a todos os amigos e pessoas caridosas que estão vindo ao nosso encontro, dando aquele abraço de conforto, porque estamos precisando de apoio, de conforto e de ajuda, não de pessoas que queiram nos prejudicar ainda mais. Só quem é pai, só quem é avô sabe o que é enterrar um filho ou um neto. Agradeço também a GAZETA por estar aqui para eu esclarecer para toda a população o que realmente aconteceu com a criança. Esse nenêm era o xodó aqui de casa... um brilho para todos nós. A vida na minha casa acabou. Nós vamos ter que recomeçar e o recomeço está sendo muito difícil, mas quem tem Deus no coração consegue... nós vamos pegar na mão de Deus, vamos vencer, vivendo um dia de cada vez”. CONSELHO TUTELAR – Como não poderia deixar de ser, a reportagem GP também checou o Conselho Tutelar por telefone. Veja o que disse a presidente interina, Soanir Moreira. “Tempos atrás, houve realmente denúncia de maus tratos a essa criança, mas, feita a checagem, nada de anormal acontecia naquele lar. Pelo contrário, toda a família do bebê foi bastante presente em sua criação. Sobre essa denúncia recente de que a criança morta tinha manchas no corpo, afirmo que elas são de nascença e também, por serem os pais muito jovens, houve excesso de carinho o que deixou essa criança avermelhada, por alguns dias. Na verdade, esses denunciantes fizeram terrorismo ao dizer que a criança estava até com um braço quebrado. A criança sofreu luxação, mas não foi constatado maus trato. Tudo indica que quem fez essas denuncias devem de ter alguma rixa com essa família”.