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Garra 3 vezes é a Empresária do Ano - 02/11/2012

Na noite de 25 de outubro, no salão do Patafufo, empresários e funcionários da cidade marcaram presença em peso no evento Empresário do Ano, promovido pela Ascipam – Associação Empresarial de Pará de Minas, que também comemorava meio século de vida. Na abertura do evento, o Grupo Helo encantou a plateia. Depois, o ilusionista Issão Imamura trocou ideias sobre empreendedorismo. A GAZETA mostra agora os homenageados deste ano. Confira. COMÉRCIO: Mister Baby, Ariel Malhas, Panelão Supermercados, Drops, Casa Levi, Restaurante e Lanchonete Formigão; INDÚSTRIA: Batista Metalurgia, Santanense, Itaquímica, Sibele Alimentos, Sumidenso e Granvita; PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS: MR Turbo, Brintel, Pará Cópias, Serconta Contabilidade, Scala Seguros e Gráfica Ideal; AGRONEGÓCIO: José Maria de Almeida Assunção, Granja Santa Luzia, CooperOeste, Cogran, Agrocampo e Limeira Agropecuária; HOMENAGENS ESPECIAIS: Banda de Música Lira Santa Cecília, Cidade Ozanan, TVI, Sônia Maria Mariquito Naime, Ana Maria de Oliveira Campos e Marcos de Abreu e Silva. SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL: Siderúrgica Alterosa. EMPRESÁRIA DO ANO – Em 14 anos desse evento, é a 2ª vez que uma mulher recebe o prêmio de Empresária do Ano. Para entregar o mais importante prêmio da noite, o empresário de 2011, Nélson Melo Franco, subiu ao palco e homenageou Edith Sílvia de Almeida Santos, da Conservel, que já havia faturado a disputada estatueta do Leitor Prateado em 1992, na Administração, e em 2002 e 2007, na Prestação de Serviços. Edith tem um perfil altamente empreendedor. Adolescente, sonhava em cursar medicina, enquanto se sentia livre, andando de motocicleta pelas ruas da cidade, mas engavetou seus sonhos quando o pai, Doca Mecânico, sofreu um AVC e não pôde mais trabalhar. De uma hora para outra, ela virou arrimo de família, sem ter emprego. Numa luta desesperada pelo sustento dos pais e dos irmãos, começou como manicure, costureira e professora particular. Trabalhava de manhã, de tarde e à noite, inclusive aos fins de semana e feriados. Surgiram vagas na rede pública e ela também abraçou o emprego. De repente, foi atraída pelo anúncio de que a Siderúrgica Alterosa faria um teste de seleção para a contratação das duas 1ªs mulheres da área administrativa. Aprovada, deixou o magistério e nos 4 anos seguintes ocupou várias funções, adquirindo grandes conhecimentos. Edith gostava muito da Alterosa, mas não pôde resistir à excelente proposta financeira da Companhia de Tecidos Santanense que, tempos depois, foi trocada pelo concurso do Banco do Brasil. Com o 1º lugar em nível estadual e o 12º nacional, iniciou uma carreira bem sucedida. Com sede de aprendizado, trabalhava 12 horas por dia e, em 3 meses, tornou-se a 1ª mulher a ocupar uma chefia administrativa do banco. Anos depois, um pouco cansada da rotina bancária, pensou na possibilidade de ter o próprio negócio que nasceu da conversa de 4 amigos no Bar do Geraldinho – Edith, Márcio Leite, Leninha Cuíca e Marli Teixeira. A verticalização de Pará de Minas começava, empresas públicas e privadas também aprendiam a valorizar a terceirização do serviço de limpeza. A Conservel nasceu do sonho de acompanhar o progresso da cidade. E hoje, a Conservel é uma referência no setor em que atua, nos serviços de conservação e limpeza de prédios públicos e condomínios residenciais, há 22 anos. Quando tudo começou, os desafios eram grandes, mas o entusiasmo e as metas venceram todas as dificuldades da empresa. O padrão de qualidade e o sistema adotado fizeram com que logo no 1º mês a empresa se pagasse. 30 dias depois, o número de clientes dobrou e, aos poucos, a Conservel conquistou uma grande fatia do mercado local. Cada um nas suas habilidades, os sócios iam ampliando a rede de atendimentos que começou a se regionalizar através de contratos feitos em mineradoras, siderúrgicas, indústrias, instituições bancárias e no comércio. Com 300 profissionais e atuando em 23 municípios, hoje a Conservel também oferece serviços de portaria e de suporte administrativo como telefonista, digitador e analista. Um dos fatores de sucesso da empresa está no treinamento diferenciado das equipes. A sede administrativa foi montada na sala que o marido de Edith, Márcio Camilo, cedeu na Fersantos (ferro velho). Edith continuava no banco e se inteirava dos assuntos da empresa na hora do almoço e nos fins de semana. Para assegurar o crescimento sustentável, os sócios investiam no padrão diferenciado de qualificação da mão de obra. Muitas vezes também executavam a limpeza como suporte da equipe que crescia com os novos clientes. A 1ª sede própria veio 4 anos depois, mas logo se mostrou pequena e foi substituída por uma edificação no bairro Dona Tunica. O desligamento de Edith do Banco do Brasil impulsionou o crescimento da Conservel que regionalizou os serviços e elevou para 900 o número de funcionários. Em 22 anos, a empresa se orgulha de nunca ter registrado um acidente de trabalho de natureza grave. Sólida, conseguiu se manter mesmo no auge da crise econômica que afetou seus maiores clientes. Com a aposentadoria de Marli e Leninha, Edith propôs a Márcio Leite que as vagas fossem ocupadas por 2 funcionários de carreira e, com Marcos Flávio e Wilson, a Conservel voltou a ter 4 sócios, para não correr o risco de ficar sem sucessores. Perfil empresarial da homenageada: pensar 5 anos na frente; olhar as pessoas pelos seus reais valores; admitir os próprios erros, ser honesta em tudo que fizer e nunca perder uma boa oportunidade. Gosta de dizer aos amigos que muita coisa em sua vida aconteceu um pouco tarde, mas valeu a pena. Montou o próprio negócio aos 40, foi mãe de Laíse, aos 48, graduou-se em administração por distância, aos 58 e, ao lado de Márcio Camilo, vai viver a felicidade do casamento, pelo menos, até os 120 (riso). Não pretende deixar, tão cedo, a diretoria administrativa da Conservel, nem a diretoria financeira da Fersantos. Afinal, ela ainda tem uma longa história para viver. PRESTADORA DE SERVIÇOS DO ANO – Este título também ficou com Edith de Almeida Santos, da Conservel. AGROPECUARISTA DO ANO - Mário Augusto Silveira Pinhão, mais conhecido como Guto do Grupo Agroshop, com o diploma de agrônomo na mão, ficou dividido entre investir imediatamente no mestrado ou sair de Botucatu/SP para viver outras experiências. O destino deu uma mãozinha e ele aceitou o convite do tio para trabalhar em Pará de Minas. Acabou fazendo de tudo nessa empresa de farinha de carne, mas nos fins de semana, voluntariamente, dava assistência aos agricultores, valendo-se dos conhecimentos adquiridos na faculdade, onde pesquisava e desenvolvia produtos agrícolas. Alguém sugeriu a comercialização de insumos e Guto acreditou no próprio negócio, abrindo a Agroshop, na avenida Professor Melo Cançado. Mas logo percebeu que os clientes não sabiam aproveitar as sementes e montou a Agro Mudas. Só que elas não resistiam ao excesso de água utilizado nas propriedades e o agrônomo criou um sistema de irrigação localizada, surgindo a Agro Suporte. Faltava uma consultoria permanente e ela surgiu com a Agrotech, especializada em difusão de tecnologia. A qualidade da safra melhorou muito, mas os custos aumentaram e aí veio a Agroalimentos, responsável pela comercialização dos produtos de valor agregado. Para fechar o ciclo foi criada a Siga, oferecendo suporte técnico e de planejamento às demais empresas do Grupo Agro, presente em vários municípios mineiros, através de suas lojas, de seus 178 funcionários e dos 1.500 produtores rurais integrados. COMERCIANTE DO ANO - Luiz Carlos Lopes da Silva, que também conquistou o troféu Garra Profissional, no Comércio, em 2011, foi um menino que cresceu acompanhando o pioneirismo da mãe, dona Dica (Garra Profissional no Comércio, em 1987), aprendendo principalmente que os desafios são superáveis. Luiz Carlos passou por todos os setores da Futurista e, aos poucos, implementou nela grandes transformações, começando pela informatização da loja seguida do pioneirismo do conceito de autosserviços. Nessa mesma época, percebendo a carência de uma loja multimarcas em Pará de Minas, em sociedade com a esposa, Cristina Nolasco (Garra Profissional no Comércio, em 2010), fundou a Fox. Sentindo-se atraído pela regionalização da Futurista, Luiz Carlos abriu filial em Pitangui/MG e, depois, em Nova Serrana/MG. Em seguida, firmou sua 1ª parceria com a Hering que também passava por mudanças, com o rejuvenescimento da marca. Tempos depois, consciente do desenvolvimento do bairro São Francisco, investiu em uma filial de grande sucesso e começou a vislumbrar uma franquia da Hering em Pará de Minas. O sonho se realizou há um ano, com a inauguração da Hering Store, muito bem instalada na principal rua da cidade. O tino administrativo de Luiz Carlos também fez com que ele recebesse sinal verde para montar uma unidade da Hering em Nova Serrana, tornando-se o 1º franqueado mineiro a abrir duas lojas em tão curto espaço de tempo. A rede gera 60 empregos diretos e acompanha a evolução dos municípios a qual está instalada. INDUSTRIAL DO ANO - Angelita Aparecida Soares teve o entusiasmo de trabalhar com a tia, na fábrica de fundo de quintal, que a levou a se desdobrar para aprender toda a engrenagem da produção e comercialização de lingerie. No ano seguinte, montou a própria empresa, iniciando a trajetória espetacular da Napelle. Tempos depois, o marido Carlos Giovane Caldas Cançado, entrou para a sociedade, patenteando a marca, assumindo a administração e investindo em tecnologia de ponta. Angelita cuidava da produção que, dia a dia, melhorava o padrão de qualidade. Além do bom gosto, as lingeries Napelle acompanhavam as mudanças de comportamento da mulher moderna, tornando-se mais ousadas e sensuais. As vendas cresceram e a indústria encontrou mercados em várias cidades mineiras. Depois, romperam fronteiras, conquistando consumidoras no Espírito Santo, Paraná, São Paulo, Sergipe, Bahia e, mais recentemente, Goiás. Com sede de 500 metros quadrados no bairro Belvedere, maquinário de última geração, pessoal qualificado e o lançamento de 4 coleções por ano, a Napelle destaca-se pela visão diferenciada e tão apreciada pelo público feminino que gosta das peças bonitas e confortáveis. Só uma coisa não mudou na visão da empresária: o desejo de ousar sempre mais, para atender às consumidoras que, no centro de Pará de Minas, também têm uma loja muito moderna à sua disposição.

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