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Tudo sobre a saída do provedor (e mais 2) do hospital - 08/11/2012

Depois de 8 meses trabalhando na Provedoria do Hospital Nossa Senhora da Conceição, Fernando Antônio do Amaral, o conhecido Thimbé, renunciou ao cargo de provedor da instituição, no último dia 30. Seguindo seus passos, também renunciaram o vice-provedor, Deny Leite, e o membro do conselho, Lúcio Flávio de Oliveira. Na verdade, tudo isso aconteceu, porque houve desentendimentos com o diretor-técnico do hospital, o médico Francisco Chicata, além de outros médicos. A reportagem GP esteve com Thimbé. Fique por dentro do que ele disse. JOGOS DE INTERESSES? - “Em reunião com o conselho superior, achei prudente conversar sobre a minha situação com o Dr. Francisco, porque houve uma solicitação do presidente deste conselho (Vicente Paulo Mendonça) para que eu colocasse o meu cargo à disposição. Isso foge completamente do estatuto... foi excesso de poder do presidente do conselho superior. Na verdade, acontece que, desde o início desta administração, existe uma divergência entre a provedoria e a diretoria técnica/médica, principalmente com relação às atribuições de cada uma das áreas. O estatuto prevê que a parte administrativa é de responsabilidade da provedoria e a parte técnico/médico é de responsabilidade da diretoria técnica. Entretanto, estava havendo uma certa preocupação, uma certa desinteligência na administração e, desde o começo, estou tendo, algumas vezes, uma certa dificuldade, por causa do interesse de alguns poucos que querem que a coisa funcione um pouco diferente. Então, estou sendo cobrado por alguns poucos médicos. Esses têm colocado dificuldades na administração. Então, como o presidente do conselho colocou essa solicitação e, caso eu não concordasse, ele levaria para a Assembleia Geral, achei melhor renunciar do cargo, tanto do conselho, quanto da provedoria. Tenho a consciência tranquila e saio daqui, deixando o caixa do hospital com R$ 2.489.000,00 para pagamento da folha e de todas as obras que estão em andamento no hospital. Ou seja, as reformas: do ambulatório, na entrada do hospital; do Raio X; do Bloco Cirúrgico 1; do Bloco Cirúrgico 2; e a obra que iríamos iniciar de imediato que é a construção da UTI Neo Natal. Fui muito criticado, principalmente pelo Dr. Francisco. Sabemos que, infelizmente, ele ainda não entendeu direito a posição dele, porque nós temos alguns poucos médicos, dos quais faço questão de ressaltar a liderança do Dr. Antônio da Silva Mendes que faz questão de tirar todos os registros de radiologia do hospital. Hoje, o hospital não faz um ultrassom através de convênio, porque todos são levados para a clínica dele. Junto com ele, os doutores Cirilo Fernandes, Paulo Lobato e Francisco Chicata que também colocaram muita dificuldade para que eu realizasse o meu trabalho. Para não comprometer a administração do hospital, saio agora, mas saio de cabeça erguida, porque nesses 8 meses que estive aqui, procurei trabalhar com seriedade, todos os dias”, argumenta Thimbé. UM OU OUTRO – A reportagem GP também ouviu diretor-técnico do hospital, o médico Francisco Chicata. Confira. “Em 1º lugar, gostaria de esclarecer algumas coisas, porque, talvez, o pessoal não se lembra, não sei se a imprensa tem alguma coisa registrada disso. Logo que tomamos posse, a 1ª coisa que o nosso ex-provedor fez foi retirar o enfermeiro chefe e nomeá-lo ele como administrador. Ora, isso aí é um procedimento do diretor-técnico-médico. Então, quem começou errado não foi eu. Quem começou errado foi ele; não sei se por desconhecimento ou por orientação, mas quem fez as coisas ficarem do jeito que ficaram foi ele próprio. A minha ideia sempre foi de fazer um atendimento humanizado, mas para fazer isso eu preciso de recursos. Sem eles, a gente não consegue trabalhar, não consegue competir com Belo Horizonte, nem com o próprio P.A que paga R$ 1.200,00 aos pediatras e aqui, no hospital, a gente paga apenas R$ 850,00. Então, eu preciso de recursos para manter o hospital funcionando. Ele sabe administrar o hospital, deixando tudo bonitinho, arrumadinho, mas isso de nada adianta se ele não estiver funcionando, se não tiver médicos para trabalhar. Eu olho pelo lado da saúde e essa ainda é a minha preocupação. No entanto, a preocupação dele era outra. Nossas ideias realmente não bateram, durante esse tempo todo. Eu, inclusive, cheguei a colocar o meu cargo à disposição do conselho superior. Mas agora está tudo resolvido e vamos tocar pra frente, trabalhar para o bem do hospital e da população de Pará de Minas”, aposta Chicata. O médico Antônio Silva Mendes também foi procurado pela reportagem GP. Leia. “Só não faço exames externos de convênios e particulares no hospital, porque não tenho tempo. Atendo na clínica por volta das 15H/16H e, depois, vou para o hospital por volta das 16H/17H para atender exames de ultrassom dos pacientes internados, das urgências do Pronto Socorro, do P.A. e da maternidade. Em seguida, atendo pacientes do S.U.S., encaminhados pela Policlínica, conforme convênio desse sistema, da prefeitura e do hospital”, resume Toninho como é mais conhecido. O NOVO PROVEDOR – No lugar de Fernando Amaral, o conselho superior apontou o nome do ex-provedor, Cornélio Hermes da Fonseca, que já assumiu o cargo.

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