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Como se sentem os órfãos? - 21/12/2012

Quando se fala em órfão, vem logo à mente a condição de uma pessoa, geralmente criança, cujos pais morreram ou abandonaram o filho. Se a criança perdeu apenas o pai, dizemos órfã de pai; se apenas a mãe, órfã de mãe. O dia do órfão é comemorado exatamente no dia 24 de dezembro, data que antecede o Natal, quando as famílias se reúnem para comemorar o nascimento de Cristo. Diante disso, a reportagem GP saiu, mais uma vez, a campo para tentar falar com exclusividade com órfãos pará-minenses. Depois de ouvir alguns deles, esta GAZETA selecionou duas histórias: a de Kethen Caroline Matos, de 4 anos, moradora no Santos Dumont e a de José Alexandre Correa Lopes, 17, Centro. Não deixe de ler. “Eu não conhecia a família da Kethen. Certo dia, eu a vi na rua com uma menina de 16 anos. Achei aquela cena muito carente e humilde e fiquei com muita pena. Pensei em ajudar. Procurei então a mãe dela e pedi para poder passar os fins de semana com ela. Na 6ª feira, eu a buscava e, no domingo, a mãe dela ia até a minha casa buscá-la de volta. Ficamos durante 4 anos desta forma, até o dia que a mãe dela pediu que invertéssemos os papéis. Passei, então, a ficar a semana inteira com ela e a mãe passava apenas os fins de semana. Passado um ano e meio que ela estava conosco e como a Kethen não era batizada, pedi para podermos batizá-la e a mãe consentiu. Fizemos o batismo, sendo que o meu filho e a minha filha foram os padrinhos. Em abril, a Kethen completou 4 anos e, em maio, a mãe dela faleceu. Passados alguns dias, a família da mãe me procurou e disse que eles não queriam ficar com a Kethen, porque eles não tinham condições... Então, procurei o pai dela que disse que passaria a guarda dela para mim sem problemas. Demos entrada nos papéis que agora estão com os advogados da Fapam, tomando as providências necessárias para a adoção. Desde quando a mãe dela estava viva, a Kethen já me chamava de mãe e a meu marido de avô. Foi um costume que ela criou. Ela é uma menina muito carinhosa, tem um grande apego a mim. De manhã, como eu trabalho na creche aqui do bairro, eu levo ela comigo. Quando chega a hora de eu vir embora, ela fica na creche para aprender a parte pedagógica, até às 16H”, relata Márcia Aparecida Silva, mãe adotiva de Kethen, orfã de mãe. “Perdi minha mãe, também aos 4 anos de idade, e na época não senti tanta falta assim, devido à idade e por não saber muito das coisas... Não existia a emoção do que era aquilo... Aí, a pedido do meu pai, até então vivo, meus padrinhos de batismo passaram a me criar como filho deles. Na época, eu não entendia muito bem o porquê daquilo, mas, com o passar do tempo, fui entendendo e apredendo sobre isso. Aí, fui sempre levando tudo de forma natural com a minha nova família. Tenho amor e carinho de filho de verdade por eles e eles, como pais, por mim. Minha madrinha tem mais 2 filhos, que viraram meus irmãos e nós todos nos damos super bem, lá em casa”, garante José Alexandre, órfão de pai e mãe.

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