Concordo com a decisão do STF que derrubou a obrigatoriedade do diploma de jornalista, para o exercício da profissão. Primeiro, porque o motivo da proibição vinha das garras ditatoriais. Segundo, porque não faz o menor sentido. Não há obrigação de alguém ser formado em Administração, para ser executivo de uma empresa. Ainda assim, os profissionais mais qualificados, notadamente os que fizeram o curso superior e outros além, são e continuarão sendo os escolhidos. Sem exigência legal, há uma seleção natural dos mais qualificados. Assim acontecerá com o jornalismo. Para os cargos em que houver necessidade de qualificação superior, as próprias empresas exigirão o diploma. O que não faz sentido, também, é impedir que empresas jornalísticas percam profissionais de grande qualidade, por falta do diploma. Exemplo: tem lógica exigir-se que um comentarista de economia seja formado em jornalismo? Ora, este tem que conhecer de economia. Jornalista formado será o editor do jornal, o chefe de redação, aqueles profissionais que precisam entender de notícia. Comentarista de futebol, de economia, de política, de medicina, estes precisam saber do assunto que se propõem a tratar. As áreas do jornalismo que exigem especialidade no tema a ser desenvolvido e uso exclusivo do intelecto não podem necessitar de diploma universitário. Por assim se pensar, passaremos a exigir que escritores passem por um banco de faculdade, para publicar suas obras literárias. (BRUNO QUIRINO – Divinópolis/MG).