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Processo contra quem? Hospital ou Unimed? - 25/01/2013

O empresário Afrânio Marinho Soares, 33, procurou a sede da GAZETA para relatar com exclusividade para a reportagem GP os maus momentos que ele passou junto com sua esposa, Viviane, no Hospital Nossa Senhora da Conceição e no Pronto Atendimento. Tudo começou na véspera do último Natal, 24, quando o casal esteve nas duas instituições públicas procurando atendimento para o filho mais velho, Aquiles, 4 anos, e, mesmo tendo plano de saúde, não conseguiram atendimento. Afrânio abriu o jogo e contou tudo que viveu naquele tenebroso dia. Não deixe de ler. “Chegamos ao Hospital Nossa Senhora da Conceição com o Aquiles queixando-se de dores na perna; estávamos com suspeita de fratura. Lá, pedimos a um médico para nos atender pela Unimed, quando fomos informados de que não havia nenhum ortopedista de plantão, pelo plano. Solicitei, então, por um médico do S.U.S. e também me deram a mesma resposta. Nos encaminharam para o P.A., onde foi tirada uma radiografia que constatou fratura dupla na tíbia da perna esquerda. Entretanto, a médica me disse que deveríamos esperar até o outro dia para fazer os procedimentos médicos. Nessa hora, a minha esposa ligou para um amigo nosso, Dr. Délio, que é pediatra em Itaúna/MG, e ele, indignado com a situação, falou para irmos para Itaúna/MG, pois lá teria médico ortopedista. Chegando lá, o médico, Dr. Athos, saiu do ambulatório e foi na rua conversar comigo, perguntando o que tinha acontecido, pegou meu filho no colo e colocou na maca. Atitudes que em Pará de Minas, nunca havíamos visto antes. Aqui, você não vê médico nem dentro do hospital, quanto mais sair fora do hospital para receber um paciente na rua. Enfim, fomos muito bem atendidos lá, através de uma competência e de uma humanidade muito grandes e muito diferentes daqui”, desabafa Afrânio. 2ª VEZ – “Acho que a Neurologia, a Ortopedia e a Pediatria teriam que ter plantonistas 24H no hospital, tanto pelo S.U.S. quanto pela Unimed, para todo e qualquer paciente. Hoje, você tem um plano de saúde, mas se você não pagar em dia, você não tem o direito de usufruí-lo. Mas mesmo pagando em dia, você também não tem esse direito, porque não se têm profissionais. Infelizmente, é a 2ª vez que isso acontece comigo, porque passei por uma situação de emergência com a mesma criança e também não fui atendido no hospital. Ficam só falando que quando o hospital da Unimed ficar pronto será diferente, mas e enquanto isso não acontece”? PANELINHAS - “Todo mundo sabe que o hospital de Pará de Minas têm algumas panelinhas com médicos que mandam e comandam o hospital e isso não é de agora. Existem também médicos que não aderiram a essa panelinha e já saíram, como foi o caso dos neurologistas. Não existe mais neurologia no hospital. Se chegar alguém com um problema neurológico sério lá quem vai atender é o clínico. Então, espero que essa nova administração municipal empenhe realmente em uma melhoria para esse hospital e tire essa panelinha lá de dentro. Tem que ter uma administração nova ali dentro, tem que renovar tudo”. O PROCESSO - “Estou com uma junta de 4 advogados e nós estamos analisando o que ainda será feito: se vamos mover alguma ação contra o hospital ou contra a Unimed. Sabemos que essa classe da saúde é muito unida e com essa panelinha que tem no hospital vai ser muito difícil derrubá-los. Tenho medo de processar o hospital e, nesse dia que precisei de atendimento, aparecerem laudos e mais laudos de pessoas que foram atendidas nesse mesmo horário, como se eu nem tivesse ido ao hospital. Temos que ter cautela com isso, porque, senão, a situação pode ser até invertida e eu, de vítima virar vilão. Mas os advogados estão resolvendo isso; alguns daqui de Pará de Minas e outros de fora, para que não tenha nenhum tipo de conversinha entre advogados da própria cidade”. O OUTRO LADO - Em contato com o Hospital Nossa Senhora da Conceição, a reportagem GP foi informada que, naquele dia, o plantão seria do médico Silvimar Nunes até às 19H (com ou sem Unimed). Porém, ele deixou o hospital às 18H15. O diretor-técnico do hospital, médico Francisco Chicata frisou que já está trabalhando para que coisas desse tipo não venham a acontecer mais, em sua gestão.

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