No último dia 21, foi comemorado em todo o Brasil o Dia Nacional do Naturismo, cuja prática os brasileiros estão aderindo, cada vez mais. Diante disso, a reportagem GP preparou essa matéria para mostrar o que realmente é naturismo. Fique por dentro. ROMA - A palavra naturismo vem do francês naturisme, doutrina filosófica que se baseia num modo de vida em harmonia com a natureza, caracterizado pela prática do nudismo em grupo que tem a intenção de favorecer o auto-respeito, o respeito pelo outro e o cuidado com o meio ambiente. Entre os séculos II e IV, os romanos banhavam-se nus em banhos públicos com homens e mulheres juntos. GRÉCIA - Na Grécia antiga era comum a prática de esportes ocorrerem, quando os atletas não usavam nenhuma peça de roupa. BRASIL - Com o fim da 2ª Guerra Mundial, uma onda de liberdade cobriu todo o mundo. O espírito da democracia no Brasil fez com que surgissem vários novos partidos políticos, quando a atriz Dora Vivacqua, mais conhecida como Luz del Fuego, criou o Partido Naturalista Brasileiro, em 7 de setembro de 1949. Em 20 de novembro de 1954, Luz del Fuego criou no Rio de Janeiro o Clube Naturista Brasileiro. O Dia Nacional do Naturismo é comemorado dia 21 de fevereiro, pois esse era o dia do aniversário dela. Em 1964, através de um golpe, tomaram o poder à força. Todos os partidos políticos foram considerados ilegais e as reuniões públicas eram controladas pelo governo. O Clube Naturista Brasileiro continuou a existir, mas ninguém tinha coragem de ir lá com medo de ser considerado contrário ao regime. Em meados da década de 70, grupos clandestinos tomavam banhos e se reuniam nas praias cariocas de Abricó e Olho de Boi e na paulista praia de Ubatuba, mas sempre sem fazer alarde para não chamar atenção dos militares. No início da década de 80, a ditadura dava sinais de que estava se dissolvendo e a democracia começou a tomar forças novamente. Em 1984, a revista Manchete, apresentou uma reportagem de capa da então desconhecida Praia do Pinho, quando toda edição foi vendida rapidamente. Celso Rossi, motivado pela matéria, tomou contato com o local e, em 1986, criou a A.A.P.P. - Associação Naturista da Praia do Pinho, e, juntamente com Hans Frillmann, fundou a Federação Brasileira de Naturismo, em 1988. MENSTRUAÇÃO - Hoje, existem vários grupos naturistas bem como várias praias, clubes e locais, onde é possível praticar esse estilo de vida. Em todos eles é apresentado um código de ética em que, caso o adepto desrespeite alguma das leis, poderá ser expulso do grupo ou local onde é praticado. São artigos do Código de Ética Naturista: 1. Não ter comportamento sexualmente ostensivo e/ou praticar atos de caráter sexual ou obscenos nas áreas públicas; 2. não portar ou utilizar drogas tóxicas ilegais; 3. fotografar, gravar ou filmar outros naturistas, a não ser que consiga permissão dos mesmos; 4. não provocar danos à flora e à fauna ou à imagem do naturismo; 5. não apresentar-se vestido em locais e horários exclusivos de nudismo; no entanto, é tolerado às mulheres o topless em alguns locais, durante o período menstrual. ENQUETE GP – Para saber o que os pará-minenses pensam sobre o tema, a reportagem GP foi novamente às ruas, quando ouviu alguns transeuntes. Veja o que eles disseram. 1. “Sou a favor, pois, há quem goste, mas eu não participaria, pois pessoalmente acho feio. Entretanto, todos possuem o seu poder de escolha”. Roselita Pereira de Souza, 28, secretária do lar, Matinha; 2. “Sou contra, pois acho isso errado, devemos andar vestidos. Nudismo é uma forma errada de se postar”. Andreza Daiane, 16, estudante, Novo Progresso; 3. “Sou a favor, desde que fique somente nas praias, nos clubes... Imagina todos andando nus na rua. O que o povo iria pensar?” Gabriel Souza, 18, jogador de futebol, Providência; 4. “Sou a favor. Afinal, cada um tem seu ponto de vista.” José Geraldo Lopes, 36, lavrador, São José; 5. “Sou a favor, pois é uma iniciativa bonita, mas se fosse para eu participar, ficaria com vergonha”. Antônio Soares, 42, motorista, Centro. 6. “Os naturalistas estão certos, pois devemos viver mais próximos da natureza. Nós não devemos ser escravos das coisas do homem e sim da natureza”. Manuela de Azevedo, 58, vendedora de picolé, São Cristovão.