O Batalhão de Choque da Polícia Militar do Rio de Janeiro (PM-RJ) invadiu por volta do meio-dia desta sexta-feira (22) o Museu do Índio, que vinha sendo ocupado por 22 indígenas. No mesmo momento, manifestantes fecharam a avenida Radial Oeste. A polícia tentou dispersar o grupo com bombas de efeito moral e gás de pimenta.
O defensor público da União, Daniel Macedo, que vinha negociando a saída pacífica dos índios, se emocionou. Ele disse que vai ajuizar ação por abuso de autoridade contra quem autorizou a entrada da polícia. "A ação é arbitrária. Não precisava, as crianças já tinham sido retiradas, e tinha apenas um pequeno grupo lá dentro, quando o choque entrou", disse o deputado estadual Marcelo Freixo.
Mais cedo, o deputado estadual, que é membro da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, informou que o impasse entre índios PM estava próximo de um acordo para a desocupação.
Segundo Freixo, os índios aceitaram a proposta do governo do Estado de serem levados para um terreno em Jacarepaguá, na zona oeste da cidade. Pouco depois das 11 horas eles redigiram documento concordando com a proposta oficial e só aguardavam a assinatura de um representante do governo do Estado para deixar o prédio.
Após a invasão, polícia e manifestantes entraram em confronto na Avenida Radial Oeste, onde centenas acompanham a operação policial para retirar os indígenas. PMs usaram cacetetes, bombas de gás e spray de pimenta para dispersar a multidão.
Mais cedo, por volta das 11 horas, uma integrante do grupo feminista Femen foi detida por volta das 11 horas após tirar a camiseta e invadir a pista sentido centro da mesma avenida.
Aos gritos de "assassinos!", e com os seios de fora, a mulher invadiu a pista e chegou a ser atingida por um carro, mas não se feriu. Logo em seguida, ela foi detida por PMs do Batalhão de Choque.
Houve outros momento de tensão entre manifestantes e policiais. O advogado Arão da Providência Araújo Filho, índio guajajara, foi detido. Segundo os policiais, ele teria tentado pular o muro para entrar. Ele chegou a ser imobilizado e deitado no chão. Os manifestantes gritavam palavras de ordem como "Não à violência" e outra em que lembravam que havia dinheiro para a Copa, mas não para habitação.