O impasse entre os produtores rurais de Pará de Minas e os órgãos de fiscalização ambiental pode estar perto do fim. Isso, porque será criado, dentro de 20 dias, um grupo de trabalho, com a participação de representantes das duas classes e de deputados estaduais, para averiguar as denúncias de abuso na fiscalização e propor soluções para resolver a situação. A formação desse grupo de trabalho é uma consequência da audiência pública realizada no último dia 10, em Pará de Minas, pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, atendendo a um requerimento do deputado estadual Inácio Franco. A realização da audiência chamou a atenção, tanto de quem participou, como de quem passou perto do sindicato rural, onde tudo aconteceu. Nada mais, nada menos que cerca de 500 produtores, ambientalistas, políticos e autoridades se espremerem por todo o prédio (foto). Vários acompanharam até mesmo por tvs e telões espalhados por várias salas. Do lado de fora, ruas impedidas e faixas contra os supostos abusos dos órgãos de fiscalização. Outro resultado da audiência foi o requerimento dos deputados presentes, entre eles o também deputado pará-minense Antônio Júlio de Faria, para a realização de mais uma audiência pública que avaliará o andamento das ações do grupo de trabalho. Essas duas conquistas já foram consideradas um avanço pelos produtores e por seus representantes, já que a luta se arrasta por anos. A audiência, que foi presidida pelo deputado Fábio Avelar, presidente da Comissão de Meio Ambiente, contou com as presenças de representantes da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, do Ministério Público de Pará de Minas, da Polícia Ambiental, da Federação da Agricultura do Estado de Minas Gerais (Faemg), Instituto Estadual de Florestas (IEF), da Prefeitura e da Câmara Municipal de Pará de Minas. Estiveram presentes prefeitos, vereadores e produtores rurais de várias cidades da região, como Pitangui, Divinópolis, Florestal, Carmo do Cajuru, Luz, Dores do Indaiá, Papagaio, Bom Despacho, entre outras.
PERSEGUIÇÃO - A situação, segundo o presidente do sindicato, Eugênio Diniz, chegou a um ponto insuportável.
Nós podemos ser fiscalizados, é claro, mas perseguidos, nunca. O Código Florestal Brasileiro tem que ser revisto. Temos que repensar, porque isso que está acontecendo em Pará de Minas é um absurdo e vai quebrar muitos produtores, se continuar assim. Aqui na nossa cidade existe uma situação diferente das outras. A polícia ambiental daqui passa dos limites e trata os produtores como bandidos. Nossa classe merece respeito! É fato e provo, para quem quiser, que quem alavanca a nossa cidade são os produtores rurais, garante o enfurecido e emocionado presidente.