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Há saída para o drogado? - 21/06/2013

Hoje, o dependente químico da região conta com as opções de comunidades terapêuticas, também conhecidas como fazendinhas que seguem um programa interligado à igreja católica e dura 9 meses, em média. Há quem diga que são 9 meses, porque trata-se de uma gestação simbólica para o dependente renascer curado. Depois deste período, os internos são graduados, mas não são todos que realmente conseguem ficar livre das drogas. Pensando nisso, a psicóloga Vera Ribeiro tomou frente, em março do ano passado, da Organização de Sociedade Civil de Interesse Público (CIP), que dá um suporte mais amplo para os dependentes químicos. Como o país está vivendo, de 19 a 26 deste mês, a Semana Nacional de Combate a Drogas, a reportagem GP conversou com Vera sobre este tema. Não deixe de ler. “Em minha opinião, esta data deveria ser renomeada para Dia do Controle da Dependência Química, porque, combater as drogas, acredito eu, é coisa impossível. A dependência química é como o combate à dengue, o controle da hipertensão e deve ser visto como uma epidemia. Como as 7 pragas do Egito, nós temos, de Era em Era, alguma epidemia e essa é a epidemia do momento. A gente teve o câncer, a Aids e ambos têm hoje um ótimo tratamento e um controle bacana. Enfim, a dependência química precisa ser controlada, assim como qualquer doença que já tivemos na história”, declara a psicóloga. AUTO-ESTIMA BAIXA - “O Cip, também conhecido como instituto, é uma organização criada com o objetivo de dar suporte para Pará de Minas e região. Ela oferece trabalhos como o Amor Exigente, onde um grupo trabalha com a família. O CIP também oferece tratamentos psiquiátricos e psicológicos. Ainda não temos ajuda do governo, mas, assim que conseguirmos uma verba, iremos ampliar os trabalhos, alcançando pessoas que não conseguem internação ou não dão conta de viver internadas. Nós encaminhamos e auxiliamos essas pessoas, de modo que elas possam viver em um nível melhor de dignidade humana. Fazemos um trabalho de terapia coletiva, pois sentimos que não adianta a pessoa passar pelos programas, se ela ainda tem traumas ou está com a auto-estima baixa”. SOLIDARIEDADE – “Hoje, o instituto atende cerca de 30 pessoas, as quais os voluntários buscam auxiliar e aumentar o número de profissionalização dos graduados. Não adianta só ajudá-los a se recuperar, porque temos que ajudá-los a se socializar e entrar no campo de trabalho. Acho muito importante que as pessoas entendam que o problema da dependência química não está fora da nossa casa. Não! Pode estar fora hoje, mas amanhã pode bater à sua porta. Então, é importante quebrarmos esse preconceito em relação ao usuário. Temos que pensar que as coisas que julgamos ruins, podem, algum dia, também nos atingir. Peço, então, que a população pare de vê-los como vagabundos ou maconheiros e os vejam como doentes; que eles possam ser vistos com mais amor”. * O Cip trabalha com doações e com um bazar. Para ajudar, basta ligar para 9932-8585. Toda doação é bem-vinda.

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