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HISTÓRIA DE VIDA - 21/06/2013

Dando sequência às matérias especiais dessa série sugerida pela ex-secretária de cultura, Maíza Lage e que tanto tem agradado aos leitores GP, a GAZETA esteve com Helena Franco, 86, filha de Inácio Alves Santos e Maria Rosa de Melo Santos, e viúva de José dos Santos, mais conhecido como Nenêm. Helena nasceu no dia 15 de junho de 1926 e teve 10 filhos, 9 vivos, 24 netos e 3 bisnetos. Natural de Pará de Minas e apaixonada por esta cidade, Helena, com o auxílio do filho João Bosco Franco dos Santos, 50 (devido a dificuldades de memória, causada por Mal de Alzheimer, descoberto há 6 anos) falou um pouco sobre a sua vida. Confira. INFÂNCIA -“Minha infância foi muito boa, aqui em Pará de Minas, nessa praça mesmo (Torquato de Almeida). Nasci e cresci nessa minha terra que eu gosto tanto, juntamente com meus 12 irmãos. Ainda existe a casa onde a gente vivia... Lá, hoje, mora um irmão meu (Lélis Franco). Eu brincava no jardim da casa, tinha amigos para jogar peteca e brincar bastante”, conta a bem humorada Helena. Sobre essa fala da mãe, acrescentou o filho João: “Ela morava perto da casa de cultura. Minha avó sempre morou ali. Aí ,ela conheceu meu pai, que vinha de cavalo a Pará de Minas; eles se casaram e foi morar com ele na fazenda. Meu pai era fazendeiro e tirava da fazenda o sustento da família, através de frangos, leite, verduras, porcos... Os meus irmãos mais velhos vinham para a escola a cavalo, até que se mudarem para Pará de Minas. A vida inteira, meu pai ia e voltava, todos os dias, para a fazenda. Quando meu pai adoeceu, nos mudamos para Belo Horizonte para fazer o tratamento dele. Depois, ele faleceu. A gente viveu lá por mais 20 anos, mas depois a mamãe quis voltar para cá para ficar perto dos irmãos e da minha avó, que ainda era viva”. VIDA ADULTA -“Nunca trabalhei nem tive tempo para estudar, pois me casei muito nova e fui morar na fazenda do meu falecido marido. O princípio da minha vida de casada foi na fazenda. Depois, me mudei para o Florestal/MG e morei durante um tempo lá, até que vim para Pará de Minas. Casei-me com 16 anos; aos 17, tive o 1º dos meus 10 filhos. Tive todos em casa, lá na fazenda, através de parto normal. Nunca fui a um hospital para dar à luz e as minhas crianças sempre tiveram muito boa saúde. Nasceram todos com 3KG pra cima (risos). Não tinha nada dessas coisas de pré-natal. Hoje, têm todas essas confusões, mas no meu tempo não tinha nada disso não. Aos 60 anos, fiquei viúva... meu marido adoeceu - teve diabetes - e faleceu”. VISÃO DO MUNDO -“O mundo mudou muito, não está muito bom, mais não”... RELIGIOSIDADE -“Sou muito religiosa, vou a igreja todos os domingos, rezo muito o terço, assisto a missa todas as manhãs pela Rede Vida”. NOTA TRISTE - “Tive muitas dificuldades na fazenda, apesar das alegrias que também tive, mas a morte da minha filha e do meu genro, marido dela, que morreram muito novos, foi muito triste... eu era muito apegada a eles”... Mais uma vez, o filho João explicou: “A Roselene morreu atropelada em 19 de agosto de 2002. Tinha 56 anos e deixou 4 filhos, todos pequenos”... MOMENTO FELIZ -“Tenho vários momentos felizes na minha vida. Para mim a felicidade maior foi ter me casado, ter tido o 1º filho e, logo depois, aquele tanto”... (risos).

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