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HISTÓRIA DE VIDA - 11/07/2013

João de Melo Franco Sobrinho, 89, filho de Inácio Alves Franco e Maria Rosa de Melo, casado com Geralda Eugênia de Moura, 71, contou para reportagem GP um pouco de sua história de vida. Não deixe de ler. INFÂNCIA – “Minha infância foi muito boa, adorava ir para a fazenda da minha irmã, próxima de Florestal/MG. É a Fazenda do Machadão, onde nasceu Benedito Valadares. Foi lá que aprendi a nadar, quando até engoli uma piaba viva para aprender a nadar. Era tudo muito divertido e eu tinha um amigo chamado Dante. Íamos de bicicleta matar passarinhos, praticar tiro ao alvo em garrafas e pescar. Brinquei muito na minha infância”, relembra João Franco com alegria. ADOLESCÊNCIA – “Na minha adolescência, vieram os companheiros de seresta e eu fui seresteiro, fazendo várias serestas, mas nunca gostei de cantar, só de tocar violão que toco até hoje apenas por lazer. Os cantores da época eram Jackson Campos, José Eugênio e Pio Melo que cantavam muito bem. Os violeiros eram Hernani Campos e eu. Entre 1948 e 1951, todos se casaram e deixaram de tocar e apenas eu continuei. Nessa época, o Osmar Marinho era o presidente do Centro Literário Pedro Nestor e me convidou para fazer uma apresentação lá. Porém, existia nesse tempo um ditado que dizia que quem carregava violão pelas ruas era preguiçoso ou vagabundo. Então, eu sempre evitava levar o meu violão nas costas. Aí, o Osmar pediu que eles fossem buscar o meu violão em casa. No dia seguinte da minha apresentação no Centro Literário, recebi a notícia de que o meu pai havia falecido”. VIDA ADULTA – “Minha vida adulta SEMPRE foi trabalhar com compra e venda de arroz. Comprava nas fazendas e levava para Sete Lagoas/MG; vendia muito pouco aqui na cidade. Comecei a vender lá fora por atacado, onde já tinha meus fregueses. Na época, comprei uma moto que o vendedor me disse que era importada, muito boa. Mas depois que acabei de fazer negócio, ele me disse: “Se ela apagar com você uma vez, você não conseguirá fazer ela funcionar novamente”. Ele tinha me vendido uma moto com defeito e eu torci para que nada de errado acontecesse (risos). Usava essa moto para ir nas fazendas fazer negócios, durante boa parte da minha vida. Depois, fui para Goiás trabalhar com meus irmãos no mercado de porco, coisa que eu não entendia nada. Então, vendi depois a minha parte e fui beneficiar e despachar arroz em Anápolis/GO. Quando fui atrás de um vagão na estação para levar o arroz, o agente da estação disse que não tinha vagão disponível, porque tinham 177 vagões requisitados pelos Pinas. Perguntei para ele: - Mas que Pinas? Ele disse: - Pinas é a maior firma de Goiás e Anápolis era a cidade dos 3 Ps. Perguntei porquê e a dele resposta foi essa: Pinas, Putas e Pó, devido à grande poeira da cidade (risos). Fui de Goiânia para Belo Horizonte em um avião bimotor para assistir o casamento de uma sobrinha minha, que teve muitos filhos, 11 ao todo. Mas eu mesmo nunca cheguei a ter filhos... digo que o meu único filho é o violão. Isso é coisa de família... A maioria dos meus irmãos não teve filhos. Mais adiante, tentei fazer sucesso na carreira de compra e venda de gado, junto com meu irmão. Era um negócio dos bons e eu achava que ficaria rico. Porém, de um momento para outro, as vendas caíram. Houve empresários que até se suicidaram. Aí, eu parei por aí mesmo com a minha 1ª e única venda”. MOMENTO FELIZ – “Foram tantos... mas na minha época não existia televisão. Então, íamos para o coreto, onde havia um alto-falante que reproduzia músicas de uma rádio de São Paulo/SP. Havia um violonista chamado Rogério Guimarães que tocava uma música chamada Borboleta Azul. Enviamos uma carta pra lá, pedindo que ele tocasse essa música em nossa homenagem. Ao ouvirmos a música no rádio foi uma farra. Foi um tempo muito bom”! MOMENTO TRISTE –“Foi a morte do meu pai que faleceu de repente, mas o que pude fazer? Nada, a não ser continuar a vida e a trabalhar... temos que dar continuidade à vida”. O MUNDO DE HOJE – “Na televisão só tem porcaria, nada de bom. O mundo está um problema. Parece até que estamos caminhando para o fim do mundo. A coisa está séria. Tem tanta coisa que eu acho que deveria ter Pena de Morte para acabar com a bandidagem. Matou? Tem de morrer. Deveriam liberar as drogas para ver se dava um jeito, porque com as drogas mais caras os traficantes não ficariam matando, do jeito que estão matando”. SONHO –“Meu sonho hoje é ir a Jerusalém/Israel????. Tenho desejo de conhecê-la e, se Deus me ajudar e me der saúde vou visitar lá. Quero também voltar a Trindade/GO para fazer outra novena”.

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