Quem ouve dizer não acredita que nos gramados de jogo de futebol do clube A.A.B.B. o futebol é praticado totalmente em silêncio. Ao saber dessa curiosa história, a reportagem GP entrou em contato com o José Nilton, mais conhecido como Careca, e com Diego Faria, associado do clube e jogador desse Futebol Mudo, que contou como funciona o tal futebol, onde quem fala ganha cartão vermelho. Confira a entrevista, lance por lance. “Há 40 anos, o clube da A.A.B.B. me convidou para ser árbitro dos jogos de futebol do clube. Ao chegar lá, não aprovei muito o futebol que vi. Ao que parece, os jogadores queriam levar os problemas de dentro do campo para fora do clube. Decidido em acabar com aquilo, declarei que ninguém poderia conversar mais, nem para pedir a bola, durante o jogo. Nessa regra nem a torcida escapou, porque se ela fizer muito barulho, eu apitava e pedia silêncio a eles também”, lembra Careca. IDEIA SE ALASTRA – “Por causa das inovações, até no meu treino vem ocorrendo mudanças. Eu vinha percebendo que o pessoal estava meio fominha, quando pegava a bola. Então, adicionei outra regra: no treino de 20 minutos só pode ter 2 toques para cada jogador; depois disso, ele tem que passar a bola. A rapaziada gostou, porque aí todo mundo participa do jogo. E eu não mudarei. Quem quiser ficar, que fique, só que obedecendo essa nova regra. Se não quiser, que vá buscar futebol em outro lugar”. FANTÁSTICO – “Certa vez, uma amiga minha, cujos 4 filhos também jogavam esse futebol silencioso, enviou uma carta à equipe do programa Fantástico, da Rede Globo, contando sobre o fato. Como eles não acreditaram na história relatada por ela, vieram conferir de perto se o que ela dizia era verdadeiro e fizeram uma matéria. Um tempo depois, outro repórter da Rede Globo não acreditando na história também veio aqui para fazer outra matéria sobre o futebol calado”. AVISO E CARTÕES – Veja o que disse o jogador do futebol mudo, Diego Faria: “E é verdade. No campo não pode falar nada, durante o jogo. Se falar recebe, da 1ª vez, um aviso; na 2ª, um cartão amarelo; e na 3ª, cartão vermelho. Geralmente, durante uma Pelada tem muita confusão e o futebol calado evita muitas delas. Fora isso, a lista de jogadores está cheia. Claro que no começo é difícil, mas depois a gente vai pegando o jeito. Só que, às vezes, a voz sai automaticamente para pedir uma bola e tal, mas, com o tempo, todo mundo vai se acostumando”, explica Diego. Agora, chegou a vez da GAZETA mostrar mais essa criativa tirada patafufa.