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HISTÓRIA DE VIDA - 18/07/2013

Lourdes Campolina nasceu em um pequeno arraial, no município de Esmeraldas/MG. Filha de José Dias Pontes e Ágda Campolina Marques, teve 12 irmãos dos quais 5 já faleceram. Ela teve uma mocidade muito alegre e mantém as energias até hoje. Viúva de Ivan Leitão, Lourdes contou para a reportagem GP um pouco de sua exemplar vida. Vale a pena conferir. INFÂNCIA - “Minha infância foi ótima! Eu morava na fazenda com meus pais e com meus 12 irmãos. Tudo alegre, na maior paz, todos com muita saúde. Não gosto nem de lembrar, porque me dá uma saudade! Eu tinha muitas amizades, muitos vizinhos e eu os convidava para irem lá para casa para brincar e jogar baralho. Era bom demais! Minha mãe era professora e o meu pai, fazendeiro, fornecedor da cooperativa. A gente viveu lá muitos anos. Depois, eu e alguns irmão viemos para Pará de Minas para estudar, alguns no grupo, outros no colégio, mas meu pai continuou na fazenda com minha mãe e com meus irmãos mais velhos. Mas eles vinham aqui de 15 em 15 dias”, relembra a saudosa Lourdes. ADOLESCÊNCIA - “Ih, minha adolescência foi ótima também! Eu passeava muito, tinha o Centro Literário Pedro Nestor, do qual fui Rainha de Primavera em um ano. A gente dançava muito durante o dia e à noite havia os bailes. Tinha o Baile da Primavera, o Baile da Chita e era a noite toda. Eles tampavam o relógio com folha de coqueiro para a gente não saber das horas e, quando víamos, já era de manhã! (risos). Todo mundo com aqueles vestidos cumpridos, rodados, chiques. Tive uma mocidade muito boa”! VIDA ADULTA - “Me casei com 21 anos com o Ivan Leitão, que já faleceu, e com ele tive 7 filhos, 5 mulheres e 2 homens; tenho 15 netos e 3 bisnetos, sendo que um está para nascer neste mês ainda. Eu e o Ivan nos conhecemos no centro literário, porque lá era o centro das moças e dos moços. A gente encontrava ali, dançava e conversava. Aí, ficamos noivos e nos casamos. Ele era extremamente romântico... e a gente fica triste de lembrar... (emoção). Ele era muito alegre, gostava muito dos bailes. No início do casamento, ainda saíamos muito, mas, depois, a turma de filhos foi só aumentando e aí não dava mais. E eu sempre fiquei por conta da criação dos filhos, não saía muito. Lembro-me de uma vez que teve uma festa no trabalho dele (banco) e todos fomos e eles perguntaram se eu era irmã da esposa do gerente, que era o meu marido (risos). Eles ficaram surpresos quando descobriram que eu era a esposa. Eles ainda não me conheciam. Na época, os meninos eram todos pequenos. Nós vivemos em Pará de Minas por 6 anos, até que o Ivan, que a vida toda trabalhou como bancário, foi transferido para Governador Valadares/MG. Já tínhamos Ivanzinho que é o filho mais velho. Eu fui para lá esperando a Ágda. Logo depois, veio a Agnes, mas eu vinha para Pará de Minas fazer os partos. Todos os meus filhos nasceram em Pará de Minas. Eles sempre foram muito unidos, muito amigos, e, graças a Deus, nenhum deles me deu muito trabalho”. VISÃO DE MUNDO - “Eu me adaptei muito bem às mudanças. Por exemplo: as roupas curtinhas das meninas eu acho muito bonitinho; gosto de vê-las de salto alto. Acho tudo bom. Eu tenho muitas alegrias na vida, mas essas violências, essas drogas... Ainda ontem, eu ficava mudando de canal para ver se achava algo bom, mas só via coisa ruim. Aí, eu falei para mim mesma: Ah, quer saber de uma coisa? Vou assistir é o Carrossel e mudei para o SBT. Eu tenho pesar pelas crianças que ainda não nasceram. As pessoas estão muito desunidas, os casais, hoje em dia, se separam muito facilmente... No meu tempo, só se separava quando morria. Eu fico muito triste com essas coisas”... RELIGIOSIDADE - “Sou católica fervorosa! Hoje mesmo já fiz a guarda, na parte da manhã. Vou à missa todo domingo; missa de 7º dia eu não perco e acredito nos santos. Rezo muito em casa”. MOMENTO FELIZ - “Maio é um mês em que eu me sinto bem. Os meninos vêm todos para aqui e a gente fica acordado, até tarde da noite. Reúnem meus filhos, amigos, netos, namorados de netos (risos), a casa se enche toda. É importante que a minha família toda esteja feliz. Acho que todos os meus sonhos já se realizaram. Eu estou pronta! Se eu morrer hoje ou amanhã, vou com muito pesar (risos), mas já estou pronta! Eu não queria não, mas estou preparada. Se eu for de uma hora para outra, vou bem feliz”! NOTA TRISTE - “Foi a perda de meu marido... (emoção). Tem 34 anos que ele morreu... Morreu no dia 10 de janeiro de 1979, exatamente no dia em que o nosso 1º neto fazia 1 aninho... Eu já havia preparado os docinhos, chamado todo mundo... ele estava doente, tinha câncer... aí, de manhã, ele passou mal e faleceu... Morreu novo, com 52 anos... Outra perda triste foi a de meus pais... e ontem fez um ano que eu perdi um irmão”...

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