Manuel Zelaya, presidente deposto de Honduras, está, há alguns dias, acampado na fronteira de seu país com a Nicarágua. Avisado que seria preso, caso tentasse entrar em território hondurenho, Zelaya recuou. Chegou a ser fotografado diante de uma placa de boas-vindas ao país. Agora, é visto acuado. Há algumas semanas, falei aqui da minha incredulidade no golpe promovido pelos militares no pequeno país caribenho. Não via como prosperar uma manobra sem apoio de país estrangeiro, quando praticada dentro de um minúsculo Estado, como é Honduras. Estava eu certo da imediata pressão sobre os militares golpistas, não tinha dúvidas de uma rápida e eficiente mobilização dos organismos supra-nacionais, para restituir a condição democrática. Ora, onde estão agora os paladinos da democracia, sempre prontos a agir, quando a ameaça acontece sobre poços de petróleo? Onde está o Capitão América, sempre disposto a enfrentar a tudo e a todos, em nome da defesa de territórios geograficamente estratégicos? Honduras parece importar pouco ao mundo. Manuel Zelaya também não é nenhum santo e estava próximo demais de Hugo Chávez, para merecer o empenho do Tio Sam. (BRUNO QUIRINO Divinópolis/MG).